17 de dezembro de 2013 - 12h14
A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” considera negativo o balanço do primeiro ano sobre a criação do Centro Hospitalar do Oeste e afirma que as condições para os utentes se deterioraram.
Passado um ano da criação do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), “as condições de acesso dos utentes da região das Caldas da Rainha aos cuidados de saúde hospitalares deterioraram-se particularmente em algumas áreas”, indicou hoje a comissão.
Para o grupo, o primeiro ano de funcionamento do centro hospitalar que agrega os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche salda-se num “balanço negativo”, refere um comunicado enviado às redações.
No serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha agravam-se "de dia para dia as condições de atendimento”, refere o documento, que dá nota de que os doentes em observação “ficam internados nos corredores, sem condições de dignidade”, e de que o número de profissionais nas equipas de urgência “tem diminuído” havendo mesmo dias “sem cobertura de algumas especialidades básicas como, por exemplo, a Ortopedia”.
A desmotivação por parte dos profissionais foi outra das constatações avançadas pela comissão, que disse haver “áreas de conflito” e “ um clima de intimidação, e até de chantagem e de ameaças, no tocante às perspetivas futuras para a urgência médico-cirúrgica” das Caldas da Rainha.
A esta situação opõe-se a perspetiva de “candidaturas a fundos de alguns milhões de euros” e a promessa de” obras de alargamento da unidade hospitalar de Torres Vedras, subindo quatros pisos à atual estrutura”, e que levam a comissão a temer a deslocalização de serviços para aquela unidade.

“Esta administração esquece completamente que a sede administrativa do CHO é nas Caldas da Rainha e já não esconde a sua falta de equidade entre os diferentes polos”, acusou a comissão, exigindo ao conselho de administração a divulgação de um relatório sobre as vantagens resultantes da reestruturação efetuada no último ano.
No entender da comissão, o Oeste continua a ser uma região "desconsiderada pelo Estado Central” que desaproveita “as estruturas existentes (em Peniche, por exemplo) para apostar em obras de remendos”, afastando-se da “solução correta: uma estrutura hospitalar nova para todo o Oeste”.
A este panorama junta-se a falta de informações sobre “projetos concretos de reabertura do Hospital Termal”, encerrado desde março, para levar a comissão a programar para o próximo ano ações de mobilização da população para reivindicarem “cuidados medidos corretamente dimensionados, adequados e sem assimetrias”, conclui o comunicado.
A área de influência do CHO abrange as populações das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro), servindo mais de 292.500 pessoas.
Lusa