27 de janeiro de 2014 - 10h11
A comissão informal de trabalhadores da Linha de Saúde 24 fez hoje um balanço positivo da greve dos enfermeiros, no Porto e em Lisboa, em protesto contra o despedimento e cortes de salário, disse à Lusa uma representante.
Márcia Silva, membro da comissão informal de trabalhadores, adiantou à agência Lusa que mais de metade dos trabalhadores da Linha Saúde 24 aderiu à paragem do atendimento telefónico entre sexta-feira e domingo.
“Fazemos um balanço muito positivo. Aderiram ao protesto mais de 50% dos enfermeiros, os cem que foram despedidos, mas também muitos que ainda estão ao serviço”, salientou.
A greve dos enfermeiros da Linha Saúde 24 começou às 16:00 de sexta-feira e terminou às 08:00 de hoje.
“Até às 16:00 de domingo registámos 50% e 60% de adesão, mas no turno das 16:00 às 00:00 de domingo tivemos menos pessoas a aderir”, disse.
De acordo com Márcia Silva, dos 55 enfermeiros que deviam ter estado no serviço entre as 16:00 de domingo e as 0:00 de hoje em Lisboa e no Porto, 28 aderiram à paralisação.
“Ainda não temos os números relativos ao turno das 00:00 às 08:00 de hoje, mas mesmo assim fazemos um balanço muito positivo da greve”, disse, salientando que os trabalhadores deverão reunir em breve para analisar a paralisação e decidir o que fazer a seguir.
Márcia Silva disse ainda que a comissão informal de trabalhadores da Linha Saúde 24 vai estar na Assembleia da República na comissão parlamentar de saúde para explicar a situação aso deputados.
Na sexta-feira, cerca de uma dezena de enfermeiros protestaram nas galerias do hemiciclo da Assembleia da República após a discussão de projetos de resolução de PCP e BE que visavam a regularização dos trabalhadores da Linha Saúde 24.
No dia 04 deste mês, os funcionários tinham parado durante 24 horas, em protesto contra os despedimentos em curso, que consideram ser uma “retaliação clara por parte da empresa por estes trabalhadores não terem aceitado a redução salarial e exigirem um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde”.
O ministro da Saúde, questionado na quinta-feira no Parlamento sobre as complicações laborais na linha, reconheceu que cerca de 200 enfermeiros terão optado por não aceitar a proposta da administração do serviço, mas disse que a qualidade está assegurada e que a linha deve mesmo estender a sua área de atuação.
Em declarações anteriores à Lusa, o administrador da empresa que gere a linha justificou a redução dos pagamentos com a diminuição do montante que o Estado paga à empresa, que este ano será “70% mais baixo do que o valor inicialmente contratado”.
Lusa