“O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) teve conhecimento, por volta das 08h30, de hoje, que a adesão à greve dos técnicos de diagnóstico e terapêutica seria total no Serviço de Patologia Clínica e contactou de imediato os serviços e centros de saúde para não efetuarem colheitas, até que a situação fosse normalizada”, pode ler-se na nota divulgada no arquipélago.

Este serviço “estima que 100 doentes tenham sido afetados diretamente com esta situação, o que representa 10% das colheitas feitas num período normal de funcionamento dos serviços”, adianta.

O SESARAM assegura também que “o sangue recolhido no dia de hoje, está devidamente armazenado no frio, para posterior tratamento, quando os serviços regressarem à normalidade”. Ainda refere que “as colheitas de sangue urgentes, nomeadamente as provenientes do bloco operatório, serviço de urgência, e internamento hospitalar estão asseguradas pela equipa de profissionais que estão no Serviço de Patologia Clínica, em presença física, 24 horas”.

O Serviço de Saúde da Madeira informa todos os utentes com marcações para colheitas de sangue nos próximos dias, que devem contactar os centros de saúde das respetivas áreas de residência para efeitos de remarcação.

Estes profissionais iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado, que segundo o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica regista uma adesão superior a 80%. Os técnicos de diagnóstico e terapêutica iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado, contra a desatualização da carreira e o impasse das negociações com o Ministério da Saúde. Os profissionais protestam contra a desatualização da carreira, “sendo atualmente o único grupo de licenciados do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não tem uma carreira compatível com o seu nível de qualificação”, e dizem que o Ministério da Saúde quer recomeçar do início um processo de revisão de carreira que começou em 2014.

A área de trabalho abrange 22 profissões, três delas por regulamentar, em áreas como análises clínicas, radiologia, fisioterapia, farmácia ou cardiopneumologia, num total de cerca de dez mil profissionais. A greve foi anunciada no início do mês, quando o sindicato avisou que só a suspenderia com a conclusão do processo negocial com o Governo. Várias dezenas de técnicos de diagnóstico e terapêutica concentraram-se esta tarde junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa, num protesto contra a desatualização da carreira.