"Os casos tendem a diminuir. Desde que eclodiu a doença em dezembro, registámos 49 mortes e um total de 6.205 casos nas províncias de Nampula, Tete [província mais afetada, onde 22 pessoas morreram], Sofala e Zambézia", disse Benigna Matsinhe.

Além da época do verão, propícia à ocorrência de doenças, as autoridades moçambicanas apontam a falta de higiene pessoal e coletiva e o deficiente saneamento público como os principais fatores do alastramento da epidemia em Moçambique.

"Nós estamos a desencadear uma série de atividades de combate à epidemia, mesmo nas províncias que não foram afetadas. Estamos a distribuir cloro para purificar a água das populações, ao mesmo tempo que decorrem campanhas de sensibilização para atenção com a higiene", afirmou a diretora.

Enquanto as províncias do centro e norte do país combatem o surto da cólera, a malaria é uma outra doença que preocupa as autoridades sanitárias moçambicanas, num momento em que mais de 900 mil casos foram registados durante os primeiros meses deste ano.

"Em relação a igual período do ano passado, nós registámos uma melhoria", declarou Benigna Matsinhe, referindo-se a um milhão de casos e 448 mortes no primeiro trimestre de 2014 contra 273 este ano.

Além da cólera e da malaria, a diretora-adjunta de Saúde Pública disse também que um surto de dengue está a preocupar as autoridades locais, tendo sido registadas 110 casos só na província de Nampula, norte do país.

"Continuamos a monitorar a situação, os casos foram registados apenas na província de Nampula. Felizmente, as medidas de prevenção são fáceis de seguir porque são similares a todas as outras que estão sendo levadas a cabo contras as outras epidemias" disse a diretora-adjunta de Saúde Pública.

Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, devido à localização a monte da maioria das bacias hidrográficas da África Austral. As enxurradas, que têm provocado mortes e perdas materiais, também dão lugar a surtos de cólera, devido ao saneamento deficiente.