Cerca de 40 profissionais da área da saúde enviaram sábado uma carta à ministra da Saúde, pedindo-lhe que repense a localização do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN).

Rui Nunes, ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde, Manuel Pavão, ex-director do Hospital Maria Pia, Artur Osório, ex-director do Hospital de Matosinhos, Fontes de Carvalho, ex-Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Jaime Neto, ex-director do Hospital de Gaia, Rosa Begonha e Rocha Gonçalves, professores de Medicina e o médico Faria de Almeida são alguns dos profissionais que subscrevem o documento.

Na carta, a que a Lusa teve hoje acesso, os signatários pedem à ministra Ana Jorge “que se repense a localização do CMIN e que se demonstre inequivocamente qual a estratégia para a saúde da mulher e da criança na região Norte”, mostrando-se disponíveis para “ajudar a encontrar uma solução que dignifique o Porto e a região”.

Os profissionais consideram que “independentemente dos impedimentos de natureza formal, temos todos a obrigação de refletir sobre se faz sentido construir no Porto dois hospitais pediátricos” na cidade

“Existindo centros de excelência no Hospital de S. João, no Centro Hospitalar de Gaia e no Hospital de Matosinhos, não será de repensar a localização do CMIN?”, questionam os signatários da carta.

Quinta-feira, às 21:30, os profissionais vão promover um encontro na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, para tornar pública a posição já manifestada a Ana Jorge.

O Centro Hospitalar do Porto, responsável pelo projecto, recebeu sexta-feira o parecer negativo da Câmara do Porto sobre a operação urbanística de construção do CMIN junto à Maternidade Júlio Dinis.

Tanto a autarquia como o Ministério da Saúde reagiram mostrando-se convictos de que o diálogo permitirá encontrar uma solução para o CMIN.

A Câmara emitiu, a 29 de Julho, pareceres desfavoráveis ao licenciamento do CMIN, tendo o vereador do Urbanismo, na semana seguinte, mostrado disponibilidade para encontrar uma localização alternativa para o equipamento.

O CHP, o MS e a CCDR-N reagiram de imediato, considerando que a mudança poderia comprometer a candidatura a fundos comunitários já aprovada, que prevê que a obra esteja concluída em 2012.

A 13 de Agosto, o CHP desistiu de tentar licenciar o CMIN considerando que, legalmente, a construção do equipamento não exige autorização da Câmara.

Decidiu, então, pedir ao município um parecer prévio, não vinculativo.

Fonte: Lusa