A atuação teve uma duração de cerca de 45 minutos e representa um elemento totalmente inovador no campo da medicina ortopédica, uma vez que, de acordo com o especialista, consiste numa "técnica pouco agressiva para as estruturas musculares, praticamente sem perdas sanguíneas e a sua realização através da navegação permite uma segurança enorme para o médico e para o doente, com resultados muito satisfatórios", explica o responsável pelo procedimento, o cirurgião ortopedista Luís Teixeira.

"Neste caso, já tinham sido executadas outras formas de tratamento, como infiltrações farmacológicas e técnicas de radiofrequência, mas o alivio das queixas da doente era apenas temporário", assegura o médico ortopedista.

Este procedimento apresenta maior segurança e menor agressividade para o doente além de ser um grande avanço para a medicina ortopédica em Portugal.

"Muitas das dores articulares acabam por não ter uma solução imediata e persistem ao longo do tempo. Apesar de existirem outras técnicas de tratamento e alívio da dor como infiltrações, radiofrequência, entre outras, quando a dor é resistente tendia a fazer-se uma incisão aberta controlada através de raio-x e, agora com este procedimento minimamente invasivo através de navegação, existe um menor dano muscular, sendo que possibilita uma recuperação funcional, rápida e um maior índice de segurança", refere o médico.

O procedimento foi aplicado com sucesso numa doente com 80 anos cujas alterações degenerativas da articulação sacroilíaca direita condicionavam a sua qualidade de vida, gerando muitas dores e incapacidade funcional.

"Tendo em conta o desgaste na articulação sacroilíaca com alguma instabilidade, optámos por esta solução terapêutica. Esta técnica, realizada de forma mini-invasiva por uma pequena incisão de cerca de 2 cm, permitiu à doente ter alta no dia seguinte à cirurgia. Foi feita uma fixação com recurso à introdução de novas implantes de forma piramidal, que substituem os antigos parafusos, possibilitando uma maior capacidade de fixação e uma maior integração óssea", remata.

Luís Teixeira foi também responsável pela primeira cirurgia da coluna vertebral feita em território nacional com recurso ao O-ARM (sistema de navegação eletrónica corporal sob controlo de imagiologia 3D intraoperatória) que fornece imagens intraoperatórias multidimensionais completas.

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