3 de fevereiro de 2014 - 11h33
O hospital de Ponta Delgada não faz operações às cataratas há cerca de dois meses, devido à avaria do único microscópio disponível para esse efeito, disse à Lusa o diretor do serviço de oftalmologia, Gil Resendes.
“São aparelhos sofisticados, têm uma manutenção um bocadinho complicada, não pode ser feita na ilha de São Miguel nem em Lisboa e teve de ir à Alemanha e são coisas que levam um bocadinho de tempo. Depois havia que desbloquear as verbas”, admitiu Gil Resendes.
Sem concretizar a data exata para a retoma das operações, garantiu no entanto que “as cirurgias deverão arrancar no mês de fevereiro”.
“O que lhe posso dizer neste momento é que a verba está desbloqueada, o microscópio está a ser consertado na Alemanha e virá brevemente”, disse.
Gil Resendes admite que “há uma lista de espera longa” para a cirurgia de catarata e que ficou agora maior tendo em conta que semanalmente são concretizadas entre oito a dez operações deste género no hospital.
“Ficaram naturalmente algumas dezenas de doentes por operar, vão ser operados mas vão ter de esperar mais um bocadinho, há uma lista de espera longa, a população está a envelhecer e há cada vez mais deficiência visual, o grupo etário de pessoas com cataratas cada vez é mais numeroso. Há 20 anos operávamos três a quatro cataratas por manhã, hoje entre oito a dez, no mínimo”, afirmou.
O diretor do serviço de oftalmologia do maior hospital dos Açores garante que, no entanto, “a oftalmologia não parou” e que os tempos cirúrgicos foram aproveitados para reduzir listas de espera noutras patologias.
“Agora, como também tivemos oportunidade, operamos outras patologias que estavam em lista de espera, essa lista diminuiu e em algumas áreas desapareceu, como pequenas cirurgias e situações de estrabismo. E vamos canalizar agora os tempos cirúrgicos para cirurgia de catarata de forma a minimizar o prejuízo causado”, afirmou.
Neste momento existem seis oftalmologistas no serviço de oftalmologia do Hospital Divino Espirito Santo, todos fazem cirurgias e serão suficientes para assegurar as necessidades, segundo o diretor do serviço, que atribui a existência de listas de espera à falta de especialistas na área da anestesia.
“O problema do hospital neste momento, uma das carências, é os anestesistas e condiciona todo o movimento operatório, não só de oftalmologia como de outras especialidades. Nós não operamos mais não é por não ter oftalmologistas. Neste momento, um dos condicionantes do ponto de vista de recursos humanos está nos anestesistas, que faz com que haja menos salas disponíveis para operar”, afirmou.
Lusa