Os cigarros electrónicos contêm até dez vezes mais agentes cancerígenos do que o tabaco convencional, de acordo com uma investigação de cientistas japoneses revelada esta quinta-feira.

Uma equipa de investigadores, comissionada pelo Ministério da Saúde do Japão, descobriu cancerígenos, como formaldeído e acetaldeído, no vapor produzido por vários tipos de líquido existentes no cigarro electrónico, informou a televisão TBS.

O nível de formaldeído é dez vezes superior ao detectado no fumo dos cigarros convencionais.

A investigação da equipa do Instituto Nacional de Saúde Pública, liderada pela cientista Naoki Kunugita, foi entregue esta quinta-feira ao Governo, segundo a estação televisiva.

À semelhança de um vasto universo de jurisdições, o Japão não tem regulamentação para os cigarros electrónicos, os quais podem ser comprados com facilidade através da Internet. Contudo, ao contrário de alguns países do Ocidente, não estão disponíveis para venda nas lojas.

Em agosto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou a proibição de venda de cigarros electrónicos a menores de idade, por considerar que o consumo acarreta "ameaças graves" para os adolescentes e fetos.

Os peritos aconselharam também a interdição ao consumo em espaços públicos fechados, segundo um documento publicado pela OMS.

Um estudo realizado por investigadores britânicos, divulgado no final de Julho pela publicação científica “ScienceDaily”, aponta, por outro lado, o cigarro electrónico como sendo menos prejudicial do que o tabaco convencional. A revisão feita pelos investigadores da Universidade de Queen Mary de Londres concluiu que, apesar dos efeitos do uso dos cigarros electrónicos serem desconhecidos, são menos prejudiciais comparativamente aos cigarros convencionais.

A revisão foi conduzida por uma equipa internacional que lidera há anos pesquisas sobre os efeitos do tabaco.