Trata-se de um subtipo de cancro ainda sem tratamento direcionado.

A eficácia da estratégia reside na capacidade da proteína sinalizadora, nucleolina, de identificar as células tumorais estaminais, que se crê estarem envolvidas na resistência à quimioterapia.

João Nuno Moreira, líder do estudo publicado na revista científica Biomaterials, explica que "foi demonstrado que a forte presença de nucleolina em diferentes tipos de células de mama cancerígenas facilita a entrega direcionada de uma combinação de fármacos, encapsulada em nanopartículas, proporcionando 100% de morte celular, como se provou neste estudo laboratorial não aplicado em humanos".

"A descoberta sugere que a presença da nucleolina em células estaminais de cancro da mama poderá indicar quais se apresentam altamente tumorigénicas", esclarece Nuno Fonseca, primeiro autor do artigo.

Vários estudos em cancro da mama sugerem que as células estaminais cancerígenas desempenham um papel relevante no crescimento tumoral, metastização, recorrência e resistência aos tratamentos com quimioterapia. As características descritas fazem das células estaminais cancerígenas alvos terapêuticos relevantes, algo que foi confirmado nesta investigação.

O trabalho propõe que terapias futuras, especificamente direcionadas para a nucleolina, e permitindo atacar diferentes subpopulações celulares do microambiente tumoral, poderão ser a base de desenvolvimento de um tratamento específico para o cancro da mama triplo negativo.