11 de fevereiro de 2014 - 10h32

Cientistas japoneses apresentaram na segunda-feira um novo sensor orgânico descartável que pode ser inserido numa fralda e que avisa o momento em que esta deve ser trocada. O circuito flexível integrado transmite informações e recebe energia sem recurso a fios, podendo ser fabricado a baixo preço, segundo os criadores.

O sistema, que usa materiais orgânicos que podem ser impressos com tecnologia de jato de tinta, foi desenvolvido por uma equipa de cientistas chefiada pelos professores Takayasu Sakurai e Takao Someya, da Universidade de Tóquio.

Além do uso em fraldas infantis, a tecnologia pode ser aplicada também em fraldas geriátricas, campeãs de venda no Japão, país com uma grande população de idosos.

Existem fraldas que mudam de cor para indicar quando devem ser trocadas, mas exigem que se dispa a pessoa para se verificar a necessidade da troca.

"Se a perceção for eletrónica será possível saber da necessidade de troca simplesmente aproximando-se do utilizador, sem precisar despi-lo", explicou Someya.

Além disso, a tecnologia poderá ser aplicada diretamente sobre a pele para controlar a pulsação e os níveis de oxigénio do sangue.

Alguns  sensores de cuidados de saúde usam silicone ou outros materiais relativamente rígidos que podem causar desconforto aos usuários.

Melhorias em desenvolvimento

A flexibilidade de uma camada única de filme plástico reduz o desconforto, o que significa que pode ser aplicada num número maior de sítios dentro da fralda.

O protótipo do sistema desenvolvido é capaz de controlar a
humidade, pressão, temperatura e outros fenómenos capazes de alterar a
resistência elétrica, prosseguiu Someya, mas os cientistas querem
refiná-lo para reduzir o consumo de energia antes de disseminar a sua
utilização.

Atualmente, o dispositivo de leitura de dados exige
que o cuidador esteja a alguns centímetros do sensor, mas Someya afirma
que a equipa está a estudar um aumento da distância.

SAPO Saúde com AFP