7 de janeiro de 2013 - 09h59

Cientistas britânicos desenvolveram uma droga que consegue romper a barreira protetora que envolve o tumor do pâncreas, o que permite ao sistema imune atacar e matar as células cancerígenas, escreve a BBC.

Testes iniciais do tratamento - que consiste em doses do medicamento combinadas com uma substância que potencializa a ação das células de defesa do organismo - resultaram na eliminação quase total do cancro em ratinhos de laboratórios em seis dias. As conclusões foram divulgadas na publicação científica americana PNAS. De acordo com a Universidade de Cambridge, é a primeira vez que se consegue um resultado com esta dimensão.

Segundo os investigadores, o tratamento poderá também ser usado noutros tipos de tumores sólidos - como o cancro do pulmão ou o cancro do ovário.

O cancro do pâncreas, um dos mais letais, é a oitava causa mais comum de morte por cancro no mundo. Afeta homens e mulheres e é mais frequente em pessoas com idades acima dos 60 anos.

Proteína atacada por células T

O estudo, liderado pelo professor Douglas Fearon, observou que a barreira em volta das células do cancro é formada pela proteína quimiocina CXCL12, que é produzida por células especializadas do tecido conjuntivo - responsável por unir e proteger os outros tecidos.

A proteína envolve as células do cancro e forma uma espécie de escudo contra as células T - que fazem parte do sistema de defesa do organismo.

O novo tratamento permite que as células T penetrem a proteína CXCL12. Desta forma, o "escudo" deixa de funcionar e as células conseguem atacar o tumor.

"Ao permitir que o corpo use as suas próprias defesas para atacar o cancro, esta solução tem o potencial de melhorar muito o tratamento de tumores sólidos", disse Fearon.

De acordo com a Universidade de Cambridge, ainda não há data para testes clínicos em seres humanos.

SAPO Saúde