13 de dezembro de 2013 - 09h01
Há muito tempo que cientistas sabiam que o ADN dizia às células como produzir proteínas. Mas a descoberta de um segundo código secreto de ADN, na quinta-feira, sugere que o corpo na verdade fala duas línguas diferentes.
A descoberta, publicada na revista Science, pode ter fortes implicações em como especialistas médicos usam os genomas dos pacientes para interpretar e diagnosticar doenças, afirmaram os investigadores.
O recém-descoberto código genético, encontrado no interior do ácido desoxirribonucleico, o material hereditário existente em quase todas as células do corpo, foi escrito de diferente forma do código de ADN que os cientistas já tinham decodificado.
Ao invés de se concentrar nas proteínas, este ADN instrui as células sobre como os genes são controlados.
Esta descoberta significa que o ADN muda ou que mutações que ocorrem com a idade ou em resposta a vírus podem fazer mais do que os cientistas pensavam anteriormente.
"Durante mais de 40 anos, presumimos que as mudanças no ADN que afetam o código genético impactavam unicamente na forma como as proteínas são feitas", disse o principal autor do estudo, John Stamatoyannopoulos, professor associado de ciência do genoma e de medicina da Universidade de Washington.
"Agora nós sabemos que esta suposição básica sobre a leitura do genoma humano está incompleta", afirmou.
"Muitas mudanças no ADN que parecem alterar a sequência das proteínas podem na verdade causar doenças que interrompem programas de controlo genético ou ambos simultaneamente", prosseguiu.
Os cientistas já sabiam que o código genético usa um alfabeto de 64 letras denominado codões. Mas agora os cientistas descobriram que alguns desses codões têm dois significados.
SAPO Saúde com AFP