A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) anunciou hoje que, em 2010, investiu, em conjunto com os seus parceiros, mais de seis milhões de euros em produção científica, promovendo um total de 306 projetos.

Segundo dados revelados à Lusa, a FMUP produziu 67 por cento da sua investigação de forma independente e a restante em conjunto com os seus laboratórios associados – 16 por cento com o Instituto de Patologia Molecular e Imunologia (IPATIMUP), nove por cento com o Instituto de Biologia Molecular e Celular e oito por cento com o Instituto de Saúde Pública da U. Porto.

No total, promoveu 306 projetos científicos, sendo que 55,4 por cento do financiamento proveio da Fundação Ciência e Tecnologia (FCT) e 14,2 por cento de fundos comunitários europeus.

Outras fontes de financiamento, tais como a indústria ou as fundações, foram responsáveis pela atribuição de fundos na ordem dos quatro por cento.

Ao longo do ano editou 409 publicações originais indexadas de circulação internacional, com um fator de impacto médio de 3,356. O fator de impacto é a medida que reflete o número médio de citações dos artigos publicados e serve para avaliar a importância relativa de cada publicação na área científica em que se insere.

De destacar ainda a participação em livros internacionais (37) e nacionais (74).

Entre as áreas científicas que tiveram maior impacto a nível internacional contam-se a oncologia, as neurociências básicas, a biologia celular, as doenças do sistema respiratório e a gastrenterologia.

As áreas de genética, doenças infeciosas e medicina geral também se destacaram com a publicação de artigos em revistas de topo, como a Nature, a Science e o New England Journal of Medicine.

A diretora do Gabinete de Apoio à Investigação da FMUP, Deolinda Lima, contou que “um dos principais contributos para o sucesso do trabalho de investigação é a aposta forte na pós-graduação”.

A Faculdade de Medicina do Porto teve, em 2010, 284 estudantes de doutoramento (44 por cento dos quais médicos) e 198 de mestrado.

“Também importante é o facto de, na FMUP, a investigação científica contar com um grande número de médicos, algo ímpar e de elevado valor sempre que de investigação em saúde se trata, dado que só assim é possível assegurar a transferência do conhecimento produzido para a prática clínica, por forma a melhor compreender e a encontrar tratamentos mais eficazes para problemas específicos de saúde”, salientou a responsável.

Desde 2001 que o número total e o fator de impacto dos estudos científicos desta faculdade tem vindo “a crescer de forma consistente”, tendo passado de menos de 100 artigos para mais de 400, numa média que atualmente supera “um artigo publicado por dia”, acrescentou.

“A este facto não é alheia a elevada qualidade das teses de doutoramento da FMUP, compostas, em média, por cinco artigos científicos com 4,2 de fator de impacto”, frisou Deolinda Lima.

12 de setembro de 2011

Fonte: Lusa