A ciência questiona-se e, na verdade, tem sérias dúvidas sobre a relação entre os transtornos mentais e o aumento da criatividade. Isto porque vários estudos já provaram tanto a existência dessa relação, como a sua inexistência.

Uma meta-análise que se debruçou sobre 29 estudos realizados antes de 1998 mostrou que 15 destes trabalhos científicos não encontraram nenhuma ligação entre os distúrbios mentais e a criatividade, enquanto nove encontraram uma ligeira relação. Outros cinco artigos foram inconclusivos.

Uma das grandes barreiras encontradas na investigação desta relação é precisamente a criatividade. O que é? O que pode ou não ser considerado criativo?

Porém, um estudo sueco, de 2011, descobriu que as pessoas com transtorno bipolar tinham 35% mais hipóteses de trabalharem em áreas consideradas mais "criativas", como as artes, a fotografia, o design e a ciência.

Segundo escreve a BBC, uma das investigações mais citadas quando se tenta estabelecer uma relação entre criatividade e distúrbios mentais foi realizada na Universidade do Iowa, Estados Unidos, nos anos 80. O estudo comparou 30 escritores com o mesmo número de profissionais que não escreviam, durante um período de 15 anos. O primeiro grupo apresentou mais propensão para o transtorno bipolar do que o segundo.

Aqui surge uma outra dúvida: Será que os "supostos" benefícios criativos do transtorno bipolar tornaram os artistas mais propensos a estas profissões? Ou será que os sintomas os impediram de seguir carreiras mais "convencionais"?