27 de maio de 2014 - 14h34
O crematório no Prado do Repouso, o único que existe no Porto, é já considerado insuficiente para as solicitações, estando prevista até ao início de 2015 a entrada em funcionamento de dois novos fornos, dos quais um será privado.
Em resposta à Lusa, a Câmara do Porto afirmou hoje que, este ano, o número de cremações no Prado do Repouso - o único existente na cidade, desde 1996 - aumentou 8% face a igual período do ano passado.
De acordo com os dados da autarquia, no ano passado foram realizadas 1.458 cremações de cadáveres. Este ano, entre janeiro e o dia 20 de maio, efetuaram-se 638 cremações, mais 38 do que em igual período de 2013.
Também fonte da diocese do Porto afirmou à Lusa que, apesar de não ter números, fica a “ideia do número em crescendo” e de que existem “listas de espera nos crematórios do Grande Porto [Tanatório de Matosinhos e Prado do Repouso]”.
“O número de cremações tem aumentado exponencialmente, tanto no Porto como no resto do país, o que certifica a necessidade do novo complexo” que a funerária Servilusa está a construir na Lapa, na União de Freguesias do Centro Histórico, respondeu à Lusa fonte da empresa.
Este complexo privado, orçado em cerca de 900 mil euros e cuja abertura está prevista para meados de julho, resulta de um protocolo que a empresa assinou, em 2011, com a Irmandade da Nossa Senhora da Lapa.
Mas por considerar que este complexo da Lapa “não estará acessível a todos”, porque “deverá ter um custo maior”, e por ser preciso dar resposta à elevada procura dos serviços de cremação, o presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, Alberto Machado, decidiu avançar com a construção de um novo crematório na cidade.
Em declarações à Lusa, o autarca referiu que o projeto “aguarda o parecer da Direção Regional de Cultura do Norte”, uma vez que a construção se insere na zona especial de proteção da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, classificada como monumento de interesse público desde março de 2013.
Alberto Machado adiantou, contudo, acreditar que a construção arrancará “até ao verão” para que “no início de 2015” o serviço esteja a funcionar.

A ideia do presidente da junta é também ali construir um tanatório, mas por questões orçamentais para já avança apenas o crematório, que representará um investimento de cerca de 250 mil euros.
O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, António Fonseca, disse que a cremação “deve ser um serviço para toda a população, que vá ao encontro das necessidades da população”, temendo pela tabela de preços que será aplicada no novo complexo funerário da Lapa.
Liderando uma união de freguesias que “conta com mais de 40 mil habitantes” e que tem “tendência para aumentar a sua população”, António Fonseca adiantou que “está à procura de um terreno para eventualmente apresentar uma proposta ao executivo para construção de um cemitério local com crematório”.
“É nossa obrigação”, disse, acrescentando que “devem ser criadas condições para que quem vive no centro histórico tenha os mesmos direitos”.
A Servilusa refere que, “em primeira análise, os principais beneficiários deste novo complexo [na Lapa] serão os habitantes da cidade do Porto, mas na perspetiva da empresa este equipamento está apto e direcionado a todos os outros concelhos limítrofes caso as pessoas optem pela cremação”.
Afirma ainda que “o usufruto do crematório destina-se a todos e não apenas aos clientes Servilusa, tal como acontece nos outros complexos da funerária da empresa”.
Por Lusa