Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Portugal tem mais de 90 por cento do território em situação de seca fraca a moderada, enquanto em sete por cento se regista uma seca severa, como é o caso de Trás-os-Montes e do Alentejo.

Em declarações à agência Lusa, a meteorologista Vanda Pires explicou que a situação resulta de “valores muito baixos de precipitação” durante o mês de março, em todo o território, depois de nos meses de inverno (dezembro, janeiro e fevereiro) se terem verificado também valores “bastante abaixo da média”.

“Em termos de consequências, estamos a entrar agora no mês de abril, em que já está a ocorrer alguma precipitação. Temos de avaliar agora se esta precipitação será suficiente para atenuar essa situação de seca”, afirmou.

“Poderá obviamente ajudar, sobretudo ao nível das pastagens, da agricultura de sequeiro, que é onde se fazem sentir os primeiros impactos da situação de seca”, disse.

A seca severa que afeta Trás-os-Montes e o Alentejo é a terceira mais grave na escala do índice de seca.

“Os valores de precipitação não têm sido iguais em todo o território. No Norte tem chovido menos do que na região Centro e Sul, não são para já valores relativamente elevados e essa região Norte, que também está a ser afetada não tem para já valores muito elevados, o que pode obviamente não atenuar esta situação para já”, sublinhou.

“Se continuar a ocorrência de precipitação durante mais alguns dias, poderá ainda ajudar para esta situação, se se intensificar um pouco mais”, indicou a especialista.

Segundo o boletim climatológico do IPMA, o passado mês de março foi o que registou a precipitação mais baixa dos últimos 18 anos e teve uma “temperatura média superior ao valor normal”.