“Na base desta iniciativa está o santuário ter verificado que havia muitos pais que não tinham possibilidade de descansar, de ter férias, porque estavam presos continuamente com os filhos deficientes em casa”, afirmou o padre Manuel Antunes, diretor do serviço de doentes do santuário, no distrito de Santarém.

O primeiro ano arrancou com dois turnos, mas como “os pedidos eram muitos acrescentaram-se mais dois”, sempre no verão, explicou Manuel Antunes, adiantando que “os pedidos continuam a ser cada vez mais”.

“Estamos a privilegiar pais que nunca vieram e dando oportunidade àqueles que estão em situações [económicas] difíceis de renovar a sua participação”, salientou o sacerdote, referindo que um dos fatores preponderantes na aceitação são os pais que cuidam dos filhos em casa.

“Aqueles que têm os seus filhos em casa diariamente, é para esses que é esta assistência”, frisou o responsável, notando que na aceitação dos pedidos também se tem em conta aqueles cujos filhos têm deficiências mais graves.

Pais podem ficar com os filhos

O programa prevê que os pais possam optar por ficar com os filhos em Fátima ou por irem buscá-los no último dia do turno, com uma semana de duração.

Cada turno tem em média de 20 utentes, cabendo ao santuário assumir “as despesas da alimentação e da dormida dos filhos e dos pais que ficarem com eles e, também, com a respetiva equipa de voluntários”.

“Os pais podem acompanhar os filhos querendo”, acrescentou o diretor do serviço de doentes, considerando que “os pais são aqueles que mais beneficiam” do programa, pois “aqui não fazem nada, apenas estão a beneficiar do tempo e das condições que lhes dão para se poderem distrair”.

Manuel Antunes, assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, entidade que operacionaliza a iniciativa, afirmou que a mesma contemplou primeiro apenas mães, mas estendeu-se depois aos pais.

Durante o período em que estão em Fátima, no Centro Francisco e Jacinta Marto, da congregação Silenciosos Operários da Cruz, aos deficientes é proporcionado um programa lúdico, que inclui atividades culturais ou ir à praia, mas também com uma vertente espiritual, com deslocações aos locais mais emblemáticos de Fátima.

Os deficientes surgem de todo o país, assim como os voluntários, cerca de 20 por cada turno, e sem os quais não era possível concretizar o programa, realçou o sacerdote, explicando que entre os utentes destas férias “há invisuais, deficientes profundos, de cadeira de rodas ou acamados”.

Segundo o responsável, no final, quando partem, os pais “vão com muito mais força moral para darem continuidade à sua missão”, garantindo que “o santuário tem intenção de continuar” com este projeto.

“Com todo o gosto subsidia estas iniciativas, uma vez que o santuário também está muito voltado para este aspeto social”, comentou o diretor do serviço de doentes.