23 de janeiro de 2014 - 09h30
Cerca de 40% dos diabéticos em Portugal não estão diagnosticados, disse à Lusa o presidente da comissão organizadora do Congresso de Endocrinologia, que começa hoje em Vilamoura, onde vai ser apresentado um fármaco que controla a diabetes e o peso.
Segundo João Jácome de Castro, o diagnóstico tardio da doença pode conduzir a complicações - acidentes vasculares cerebrais, cegueira, insuficiência renal, amputações e enfarte agudo de miocárdio -, razão pela qual é fundamental fazer os rastreios da doença, mesmo sem sintomas desde que estejam presentes os factores de risco.
O especialista referiu que se estima que entre 5% e 10% da população portuguesa tenham doenças de patologia tiroideia e mais de um milhão sofram de diabetes, o que o leva a considerar insuficientes os 200 endocrinologistas existentes em Portugal.
“Para tratarmos mais cedo, temos de diagnosticar, temos de saber que a pessoa tem diabetes e esse é o grande desafio”, observou, defendendo a colaboração entre médicos de clínica geral e familiar e médicos endocrinologistas, para garantir um tratamento uniforme em qualquer ponto do país.
No caso do tratamento da diabetes, o especialista destacou a recente aprovação de um fármaco que permite controlar a diabetes, não provoca hipoglicémia - baixa de açúcar no sangue -, e o peso dos doentes.
“Portugal era o único país da Europa que ainda não tinha este remédio aprovado e comparticipado”, comentou João Jácome de Castro, que acredita trata-se de um medicamento que vai ter um impacto significativo.
Mais de 700 médicos nacionais e estrangeiros deverão participar, entre hoje e domingo num hotel de Vilamoura, no XV Congresso Português de Endocrinologia, que coincide com a 65.ª Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.
Lusa