Diogo Mateus confirmou à Lusa que a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), que gere o funcionamento do centro de saúde, alegou "precisar do espaço que estava destinado ao CRI", pelo que este serviço vai manter-se num apartamento, pago pelo município, pelo menos até ao final do ano.

"A definição do ‘layout’ e do funcionamento do edifício do centro de saúde é da competência exclusiva da ARSC. A câmara foi responsável apenas pela execução do projeto que foi aprovado pela ARSC e que disse ser adequado para o serviço, com um determinado número de salas. Nesse projeto, estava contemplada a ala poente do edifício para o CRI, que ocupa um apartamento na cidade, cuja renda é suportada pelo município há cerca de 20 anos", explicou Diogo Mateus.

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Segundo o autarca, quando as obras estavam a finalizar, a autarquia informou o proprietário que iria finalizar o contrato de arrendamento, pois o CRI iria mudar-se para o centro de saúde.

"No entanto, a ARSC informou que precisa daquele espaço para outro serviço. Não vamos deixar os utentes sem solução, pelo que a câmara comunicou à ARSC que irá suportar a despesa da renda até ao dia 31 de dezembro e depois terão de encontrar uma solução", salientou o presidente do município do distrito de Leiria.

Diogo Mateus lembra ainda que a câmara propôs um projeto "mais ambicioso", pensando já no futuro e nas "novas dinâmicas" que vão surgindo na saúde, "acautelando assim o espaço para novos serviços". No entanto, esse projeto "foi recusado pela ARSC".

"Não fico satisfeito com esta situação. Não seria problema para a autarquia investir mais 150 ou 200 mil euros, prevendo a concentração de novos serviços, mesmo que momentaneamente ficassem cinco ou seis salas sem serem usadas. Custa-me muito que exista alguma dificuldade em olhar para o futuro e que haja uma visão redutora dos projetos", lamenta o autarca.

O presidente do Município de Pombal alerta ainda que o espaço não só impede a instalação do CRI, como é insuficiente para "colocar os internos de medicina e de enfermagem" que o centro de saúde vai receber. "Não houve uma avaliação adequada das necessidades. Fico triste, porque houve outro projeto rejeitado", constatou, manifestando disponibilidade para efetuar alguma intervenção de modo a corrigir a falta de espaço.

A agência Lusa contactou por diversas vezes a ARSC, mas até ao momento ainda não obteve resposta.