O diretor clínico do Centro Hospitalar do Porto admitiu hoje à Lusa ter realizado menos mil cirurgias do que no ano anterior relativas ao programa de combate às listas de espera SIGIC, mas mais 500 no horário normal.

“Temos mais 500 cirurgias feitas em cirurgia base, o que temos é menos mil cirurgias realizadas em SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia]. Não foi devido a cortes, foi por uma questão de racionalização e de política do hospital no sentido de, dentro dos horários das pessoas (…) rentabilizar ao máximo os tempos do bloco”, frisou Paulo Barbosa.

O diretor clínico do Centro hospitalar do Porto falava à Lusa a propósito de dados hoje avançados pelo Diário de Notícias, que revelam que o número de cirurgias diminuiu na maioria dos hospitais e aponta como um dos motivos para esta queda o “desinvestimento no programa de cirurgias adicionais, que são pagas por ato a toda a equipa que as faz”.

Paulo Barbosa realçou, contudo, que até 30 de novembro foram realizadas globalmente menos 580 cirurgias do que no ano anterior, mas sublinhou que isso “não deve ser atribuído aos cortes orçamentais”.

“Isso corresponde ao aumento da produção da cirurgia convencional e de ambulatório base, ou seja, da cirurgia que é programada e feita dentro dos tempos normais de trabalho dos médicos e dos restantes profissionais de forma a rentabilizar o mais possível os blocos”, esclareceu.

Segundo o diretor clínico do Centro Hospitalar do Porto, “isso foi conseguido e o que está acontecer é uma inversão da curva de cirurgia adicional para cirurgia programada e a transitar isso para cirurgia convencional base. No próximo ano chegaremos ao ponto de equilíbrio que queremos”.

“É uma política assumida, é uma questão de racionalidade económica ou financeira, naturalmente, mas é uma racionalidade que é saudável e desejável. A atividade adicional deve sobrar para aquilo que é adicional, que deve ser uma franja, deve ser periférica e marginal em número de doentes”, acrescentou.

19 de dezembro de 2011

@Lusa