25 de março de 2013 - 11h11 
A tuberculose baixou 6,1% em 2012, relativamente ao ano anterior, mas Portugal ainda não é considerado um país com baixa incidência, segundo dados provisórios da Direção-geral da Saúde (DGS).
“Os dados provisórios de 2012 parecem apontar para uma redução de cerca de 6,1%, relativamente à taxa de incidência definitiva de 2011”, disse Raquel Bessa de Melo, da DGS, numa resposta escrita enviada à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Tuberculose, que se assinalou no domingo.
Segundo a especialista, Portugal ainda continua acima da fasquia da baixa incidência (20 casos por 100 mil habitantes), “apesar de se aproximar dela a cada ano que passa”.
Em Portugal, em 2011, as autoridades apontavam que o país se situava nos 21 casos por 100 mil habitantes, embora sublinhassem que o país tem vindo a descer a um ritmo mais acelerado do que a União Europeia.
Também a incidência de “tuberculose suscetível e multirresistente tem diminuído de forma consistente ao longo dos anos”, assevera a especialista supracitada.
No entanto, advertiu, “a taxa de confirmação e a taxa de sucesso têm vindo a diminuir nos últimos anos, podendo pôr em causa, nos próximos anos, os bons resultados a que temos vindo a assistir até à data”.
Segundo Raquel Melo, a incidência de tuberculose multirresistente (TBMR) no país tem vindo “a diminuir de forma consistente nos últimos anos, mais evidente desde 2008”.
“Apesar disso, continua a haver uma proporção preocupante de casos extremamente resistentes entre as formas multirresistentes”, observou.
Em 2008, foram criados s centros de referência regionais de TBMR que, excetuando o de Lisboa, estão em funcionamento desde essa altura. A médica avançou que o Centro de Referência de TBMR em Lisboa “está em fase de arranque”.
A médica salientou ainda que “Portugal continua a apresentar uma taxa de coinfecção TB/VIH das mais altas da Europa Ocidental”.
Para reverter esta situação, Raquel Melo defendeu uma abordagem conjunta destas duas patologias e o rastreio de tuberculose nos doentes infetados por VIH, com tratamento preventivo dos infetados, assim como o rastreio de infeção com VIH na população doente com tuberculose, com a respetiva orientação.
Lusa