A presidente do Centro de Apoio a Doentes com Cancro da Mama – Mama Help, Maria João Cardoso, anunciou hoje a abertura de um novo centro de apoio em Lisboa, no âmbito de uma parceria com a Fundação Champalimaud.

“Vai chamar-se Cancer Help e nascer em instalações da Fundação Champalimaud”, afirmou Maria João Cardoso, que falava à Lusa a propósito do primeiro ano de funcionamento do Mama Help, no Porto, que se comemora no sábado.

O novo centro de apoio não médico funcionará com base num modelo “mais abrangente do que o Mama Help, uma vez que a fundação trata também outros cancros”, explicou.

“O espaço existe, vamos modificá-lo e vamos ter o centro a funcionar ainda este ano. Aliás, espero que seja antes das férias, em junho. Queremos mesmo abrir, porque sentimos muito a falta de um centro em Lisboa. Há pessoas que vêm de Lisboa ao MamaHelp, no Porto, mas não é confortável nem faz sentido”, afirmou.

Além de diretora do centro de apoio não médico a doentes com cancro da mama, Maria João Cardoso é também professora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e dirige a Cirurgia Mamária da Unidade de Mama da Fundação Champalimaud.

Sobre o primeiro ano de funcionamento do Mama Help, Maria João Cardoso fez “um balanço muito positivo” do trabalho realizado, referindo que recorreram ao centro 260 doentes, o que se traduziu num total de 1.400 consultas.

“Durante um ano apoiámos, de formas variadas, doentes atingidas pelo diagnóstico de cancro da mama, ajudando-as a melhorar a sua qualidade de vida. Passando pela imagem, psicologia, nutrição, fisioterapia, naturopatia, ioga, reiki, acupunctura, aconselhamento jurídico e outras valências, tentámos ajudar a aliviar, assim, a vida das mulheres confrontadas com este problema”, sustentou.

O Mama Help passou também a disponibilizar novas valências, como é o caso do exercício físico específico, no âmbito de um programa de doutoramento da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Iniciou também as consultas de podologia e fez uma parceria com a empresa “Dama de Copas”, oferecendo o serviço de “bra-fitting” (aconselhamento do soutien certo) também para mulheres com cancro da mama.

“Paralelamente, não descurámos, ao longo deste ano, informação qualificada nas ‘Conversas com os Especialistas’ do nosso conselho científico, pois achamos que uma das armas mais importantes para o combate de qualquer doença é a sua compreensão”, referiu.

O Mama Help “comprovou ser um projeto autossustentável, ainda que com ajuda de fund raising (angariação de fundos)”, acrescentou.

Inaugurado a 24 de março de 2011, no Porto, o Mama Help nasceu da constatação de que em Portugal existia “uma lacuna, um vazio quase total” nesta área, “não existindo locais que, de uma forma integrada e profissionalizada, pudessem constituir o suporte necessário aos doentes com cancro da mama”.

O centro “Mama Help” tem um Conselho de Curadores e um Conselho Científico. O primeiro integra nomes como Sobrinho Simões, Amélia Cupertino de Miranda, Antónia Cadilhe, Maria José Azevedo, Raquel Seruca, Rui Mota Cardoso, Leonor Beleza e Francisco Carvalho Guerra, entre outros.

O Conselho Científico é composto por cirurgiões, patologistas, radioterapeutas, psiquiatras, oncologistas, enfermeiras, imagiologistas, nutricionista, um biólogo e um cirurgião plástico.

Sem fins lucrativos, o Centro de Apoio a Doentes com Cancro da Mama está instalado na Ordem da Trindade (embora com gestão autónoma), no centro do Porto.

23 de março de 2012

@Lusa