9 de abril de 2014 - 13h01

Uma quantidade moderada de exercício físico pode ajudar doentes
renais a evitarem infeções e problemas cardiovasculares, conclui um
estudo publicado por uma equipa de investigadores que inclui o português
João Viana.

Após seis meses de caminhadas de meia hora, cinco
dias por semana, as 20 pessoas observadas tinham os respetivos sistemas
imunológicos mais fortes, em comparação com um mesmo número de pessoas
sem especial atividade física, refere o artigo publicado no Jornal da
Sociedade Americana de Nefrologia [ciência que estuda os rins e
tratamento de doenças renais].

O investigador português disse à
agência Lusa que o estudo incidiu em doentes prédialisados, ou seja,
pessoas com uma doença crónica renal num estado avançado, que necessitam
de diálise ou transplante de rim e quando o risco de infeções com
consequências cardiovasculares é maior.

Embora esta terapêutica
não tenha impacto na doença em si, "os benefícios são imensos", pois
podem melhorar a qualidade de vida e o declínio de condição física
destes doentes, vincou João Viana, atualmente a trabalhar para a Escola
de Desporto, Exercício e Ciências da Saúde da Universidade de
Loughborough, em parceria com o hospital de Leicester.

Os
resultados do estudo contribuem para a teoria de que "o exercício físico
tem um potencial anti-inflamatório", não tendo sido encontrados sinais
de que possa ser prejudicial ao sistema imunitário, enfatizou.

O
trabalho foi realizado pela Unidade de Investigação Biomédica sobre
Dieta, Atividade Física e Estilo de Vida de Leicester-Loughborough, uma
parceria entre a universidade de Loughborough e os Hospitais
Universitários de Leicester que estuda o papel do exercício físico na
gestão e prevenção de doenças crónicas.

Licenciado em Desporto em
Portugal, João Viana mudou-se para Loughborough para realizar um
mestrado em performance desportiva, mas para o doutoramento optou por
aprofundar conhecimentos em fisiologia do exercício.

Lusa