Em comunicado, a CDU defende que a autarquia tem sido "conivente" com a concessionária Indáqua ao exigir dos cidadãos residentes no município a execução e o pagamento dos ramais necessários para que os respetivos domicílios fiquem ligados à rede pública de saneamento. Mas, contrapõe o documento da coligação PCP/PEV, "há cerca de meia dúzia de anos ficámos alarmados pois encontravam-se mais de meia centena de edifícios escolares sem ligação à rede".

Agora que o tema foi retomado na Assembleia Municipal da Feira, a CDU declara-se alarmada com a "resposta emanada pelo pelouro da Educação", segundo a qual "afinal cerca de 40 escolas e jardins-de-infância ainda estão por ligar à rede de águas residuais" do concelho. "Pensando que quem exige deve exemplarmente cumprir, ficámos completamente aturdidos com a mentira que a Câmara PSD tem vindo a encobrir", afirma o comunicado de comunistas e Verdes. "Afinal, a Câmara não cumpre com aquilo que exige aos munícipes nos edifícios que são do seu próprio património, nomeadamente as escolas", realça.

Para a CDU, a situação é agravada pelo facto de que a Câmara da Feira ter sido "conivente com o envio de cartas com um conteúdo atemorizador aos munícipes, no sentido de os pressionar a proceder à ligação ao saneamento".

Diz a coligação que a autarquia também passou a "cobrar coercivamente aos seus munícipes - em contratos que lavrou unilateralmente - uma taxa de não-ligação à rede sempre que o serviço estava disponível no domicílio desses cidadãos", mas o respetivo ramal de união não era construído.

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Uma das questões daí resultantes é agora saber se "a câmara paga essa mesma taxa de não-ligação" nos estabelecimentos de ensino que, estando sob tutela municipal, continuam sem conduta até à rede de saneamento.

Para a CDU, a autarquia da Feira demonstra assim "uma postura criminosa que desacredita a Câmara perante os seus cidadãos, pois é incapaz de cumprir com aquilo que lhes exige a eles".

Contactada várias vezes pela Lusa para obtenção de uma reação a este assunto, a Câmara Municipal não prestou qualquer esclarecimento sobre o tema.