Segundo as Estatísticas do Ambiente do Instituto Nacional de Estatística (INE) para 2014, as principais pressões sobre esta área estavam relacionadas com o aumento dos resíduos gerados pelas famílias e pela indústria, com o maior número de veículos "presumivelmente em circulação" e com o crescimento do consumo final de energia.

O consumo privado das famílias a viver em Portugal aumentou 2,3% o que terá contribuído para o aumento de 2,4% dos resíduos urbanos gerados, explica o INE.

No setor empresarial, a indústria gerou mais 137 mil toneladas de resíduos, ou seja, uma subida de 1,2%, na comparação com 2013, totalizando 11,3 milhões de toneladas.

A avaliação efetuada à evolução do destino dado ao lixo urbano revelou "uma predominância da deposição em aterro", com 49% do total dos resíduos urbanos gerados em 2014.

Além do aterro, a valorização energética foi o destino de 20,7% do lixo, a valorização orgânica teve 14,1% do lixo e a recolha seletiva abrangeu 13,6%.

A par da redução global da geração de resíduos que influencia as quantidades de recolha seletiva, o INE refere que a participação da população na separação do lixo subiu com regularidade até 2009, manteve-se estável entre 2010 e 2012 e em 2013 registou o valor mínimo dos últimos cinco anos, com 12,8% do total.

O retrato do Ambiente apresentado pelo INE também aponta que, na energia, "quer por alteração dos padrões de consumo, quer pela diminuição da população residente", o consumo final das famílias caiu pelo quinto ano consecutivo, com menos 2,5% na comparação com 2013.

Ao contrário, no total dos setores de atividade económica, o consumo de energia final subiu 6,5%, principalmente baseado no crescimento de 19,4% nos transportes.

O número de veículos em circulação cresceu em 2014 e o INE destaca a subida dos automóveis passageiros ligeiros, com mais 372.167 unidades, correspondendo a 77,5% do total das entradas no parque de ligeiros e pesados.