O distrito transmontano tem apenas um hospital privado, o da Terra Quente, em Mirandela, que promove durante dois dias um encontro, naquela cidade, que junta profissionais, autoridades locais, entidades e investigadores nas primeiras Jornadas da Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro.

O presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata António Branco, defendeu hoje, na abertura das jornadas, que a iniciativa privada pode tornar atrativa a fixação de profissionais de Saúde na região. O hospital nasceu de uma parceria entre o município e privados e para o autarca entende que se trata de “um trabalho de complementaridade e não de concorrência na saúde”. António Branco defendeu que o propósito “não é tirar valências ao serviço público, mas ter um complemento privado que possa suportar algumas necessidades e não transportar para o litoral necessidades da região”.

As Jornadas da Saúde juntam, pela primeira vez, em Trás-os-Montes entidades públicas e privadas no debate sobre o setor e são promovidas pelo Hospital Terra Quente, em parceria com a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

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O administrador do Hospital Terra Quente, Manuel Lemos, considerou que a iniciativa “ só terá sucesso se saírem das jornadas ações futuras de complementaridade e sinergias entre todos estes organismos”

O Governo foi representado, na abertura das jornadas, pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que afirmou que a valorização do Interior passa também por investimento na Saúde. O governante indicou que “o Governo está muito empenhado na pretensão de implementar as medidas avançadas pela Unidade de Missão Para a Valorização do Interior e dessa forma conseguir, de uma vez por todas, combater as assimetrias regionais”.

Jorge Gomes elogiou a iniciativa que junta várias entidades, considerando que “é desta forma que se fortalece a região”.

Natural do distrito de Bragança, o secretário de Estado quis ainda “dizer às gentes desta região que o Governo está a trabalhar para corrigir as assimetrias que existem e a aplicar no terreno já algumas medidas, como o investimento na área da saúde. “Estamos muito sensibilizados para esta região e para outras regiões iguais à nossa e vamos trabalhar para que cresça, criem novas competências e para que, acima de tudo não percam a qualidade de vida”, declarou.

Mais de 40 comunicações livres e posters vão ser apresentados nestas jornadas, com especialistas nas áreas do Ensino e da Saúde a debaterem temas com repercussões na região, tais como o Envelhecimento da População, a Diabetes, as doenças Cardiovasculares e Cerebrovasculares. Serão ainda entregues prémios no valor global de 3.500 euros para as três melhores Comunicações e três melhores Posters.