Segundo o BE, o idoso "deu entrada no dia 30 de agosto na urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra" e "faleceu quando era transferido em ambulância, sem acompanhamento médico ou de enfermagem, para o Hospital dos Covões".

"Uma vez que residia em Montemor-o-Velho, o hospital de referência seria o dos Covões. No entanto, como à noite não há urgência nos Covões (funciona das 09h00 às 20h00), o utente foi levado pela família para os Hospitais da Universidade de Coimbra, onde ficou internado durante a noite", contou.

O BE referiu que, "na manhã seguinte, os Hospitais da Universidade de Coimbra decidiram transferi-lo para o Hospital dos Covões", tendo para isso sido acionada uma ambulância "onde seguiam apenas o motorista e um assistente operacional, não havendo acompanhamento nem médico, nem de enfermagem".

"O utente chegou ao Hospital dos Covões cerca das 09h48, altura em que o motorista e o assistente operacional se terão apercebido que havia falecido durante a viagem", acrescentou.

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Na opinião do BE, "esta ocorrência merece reflexão e intervenção de modo a garantir que tal não volta a ocorrer e também a perceber quais os procedimentos que diariamente são adotados para coordenar o trabalho entre os Hospitais da Universidade de Coimbra e o Hospital dos Covões, que integram o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC)".

Neste âmbito, o grupo parlamentar do BE perguntou ao Ministério da Saúde se "o CHUC vai abrir um inquérito ao falecimento de um utente" e, "em média, quantos utentes são transferidos diariamente dos Hospitais da Universidade de Coimbra para o Hospital dos Covões". O BE recordou que "o processo de reorganização hospitalar em Coimbra que deu origem ao CHUC foi sempre altamente controverso".

"Em 2012, aquando da vigência do Governo PSD/CDS, decidiu-se encerrar durante a noite a urgência polivalente do Hospital dos Covões, um serviço que atendia então mais de 40 urgências por noite, dando resposta a uma população de cerca de 350 mil pessoas", lamentou.