7 de abril de 2014 - 16h55

O antiepilético da Bial é o primeiro medicamento de patente e investigação portuguesa a entrar naquele nos EUA, que vale cerca de metade do mercado mundial da epilepsia.

Em declarações à Lusa, o presidente executivo da Bial, António Portela, escusou-se a antecipar números relativos ao mercado norte-americano, mas destacou que é “um dos mais exigentes e competitivos do mundo”, representando “mais de 50% das vendas globais de medicamentos para a epilepsia, no valor de 2.000 milhões de dólares”.

“Não temos experiência no mercado e este é muito grande. Por isso, é muito difícil de antecipar valores e expectativas”, explicou, adiantando que neste momento a empresa da Trofa está a tratar do licenciamento para outros mercados da Ásia e da América Latina.

A entrada nos Estados Unidos (EUA) acontece quase cinco anos depois da Europa - onde o fármaco é comercializado desde 2009 e registou vendas de 30 milhões de euros, numa faturação de 203 milhões de euros em 2013 -, o que resulta do processo de autorização pelo regulador norte-americano Food and Drug Administration (FDA), que apenas chegou em novembro de 2013.

O antiepilético, comercializado com a marca APTIOM® nos EUA e ZEBINIX® na Europa, envolveu 15 anos de investigação e um investimento superior a 300 milhões de euros.

Para António Portela levar o primeiro medicamento português para os EUA é “testemunho claro de que a aposta em investigação constitui uma condição importante para a sustentabilidade e para o futuro das empresas portuguesas”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns, afetando aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Lusa