Numa posição com data de terça-feira, o ramo belga dos Irmãos da Caridade manteve a posição de continuar a praticar a eutanásia e disse que as negociações com as autoridades da Igreja para resolver o impasse não obtiveram resultados, acrescentando que estava aberta ao diálogo, mas apenas para explicar a posição.

Em maio a congregação anunciou que permitiria que os médicos praticassem a eutanásia nos seus 15 hospitais psiquiátricos na Bélgica (um dos dois países, com a Holanda, onde os médicos estão legalmente autorizados a matar pessoas com problemas mentais, a pedido destas), apesar da oposição da hierarquia da Igreja Católica.

Para que se pratique a eutanásia, segundo a entidade, é preciso que as pessoas estejam em “insuportável sofrimento” e que não haja “alternativas razoáveis de tratamento”. E os pedidos serão considerados “com o maior cuidado” e avaliados por pelo menos três médicos.

A Santa Sé lançou uma investigação da decisão do conselho de administração do grupo, já que a Igreja Católica proíbe a eutanásia, e em agosto o Vaticano ordenou o fim da eutanásia nos Irmãos da Caridade, dando-lhe um mês para cumprir a ordem.

A sede administrativa da congregação em Roma concordou, afirmando que a eutanásia “vai contra os princípios básicos” da Igreja Católica. E o superior da ordem, Rene Stockman, pediu aos Irmãos belgas para que escrevessem uma carta formal declarando a aceitação da doutrina da Igreja de respeito pela vida desde a conceção à morte natural.

Na resposta, na terça-feira, os Irmãos belgas disseram que “enfaticamente” acreditam que a sua decisão de permitir a eutanásia é consistente com a doutrina católica.