“Temos de garantir que há autonomia para que os hospitais tenham as pessoas que precisam para os planos de contingência da gripe e possam, com isso, ter um serviço de atendimento permanente que responda a essas urgências que, naturalmente, aumentam sempre”, sublinhou Catarina Martins.

A dirigente do BE, que ao longo do dia realiza, com outros deputados do seu partido, visitas e reuniões nos grandes hospitais do Grande Porto e com a Administração Regional de Saúde do Norte, para conhecer os planos de contingência da gripe, falava aos jornalistas no Hospital de São João.

Catarina Martins considerou que “as unidades de saúde não podem ficar meses à espera de autorização para substituir trabalhadores”.

“É preciso que tenham a capacidade para substituir pessoas quando for preciso substituí-las, para que não tenhamos novamente o triste quadro de recurso a empresas de trabalhadores temporários que não resolve o problema dos hospitais. E, portanto, o que é preciso é garantir uma autonomia e os meios necessários para a contratação dos recursos humanos em falta e, também, para despesa urgente dos hospitais”, frisou.

A coordenadora do BE disse estar “preocupada” com o eventual surto de gripe no inverno e que, por esse motivo, o partido resolveu realizar encontros para saber como está o Serviço Nacional de Saúde a preparar-se para essa eventualidade.

“Lembramo-nos todos, certamente, como o ano passado (2015) foi um período tão difícil nos hospitais, com tanta falta de resposta aos utentes. É preciso garantir que isso não acontece este ano”, referiu.

Das conversas até agora realizadas, Catarina Martins entendeu que há medidas que “parecem essenciais”, nomeadamente a prevenção. Lembrou que as pessoas devem recorrer aos cuidados de saúde primários ou à Linha Saúde 24, assim como tomar a vacina da gripe.

“Lembro que, desde 2015, a população idosa, as crianças, os doentes crónicos com maior risco têm acesso gratuito à vacina da gripe”, disse, frisando que “os planos de contingência estão a ser preparados” e que é “preciso garantir os meios necessários”.

Questionada sobre o aumento da procura das urgências, o que contraria os objetivos do ministro da Saúde, Catarina Martins considerou que “os fatores deste aumento ainda não estão totalmente determinados”, apontando, contudo, “a falta de médicos de família”, a “quebra nas taxas moderadoras” e “as dificuldades dos doentes crónicos que numa situação de empobrecimento não têm acesso aos medicamentos”.

“Por isso mesmo, o BE espera que no Orçamento do Estado que estamos agora a aprovar, os medicamentos genéricos sejam finalmente fornecidos gratuitamente a todos os beneficiários do complemento solidário para idosos, porque essa é uma medida extraordinariamente importante para evitar a ida às urgências”, disse.

Em seu entender, “quando os doentes crónicos, nomeadamente idosos, por não terem acesso a dinheiro deixam de comprar a medicação, a situação agudiza-se e depois as urgências são a única resposta”.