25 de agosto de 2014 - 17h20
O Bloco de Esquerda (BE) alertou hoje para a «gravíssima» falta de 40 médicos em 14 especialidades do Hospital S. Sebastião, na Feira, o que afeta sobretudo as valência do circuito do doente crítico, que fica assim "comprometido".
Em comunicado, a coordenação distrital de Aveiro do partido atribui a informação à Ordem dos Médicos, segundo a qual há falta de 40 desses profissionais em 14 especialidades do hospital.
"A Ordem dos Médicos fez uma comparação simples entre o quadro de médicos previstos para este hospital e o pessoal realmente existente", explica o BE. "Concluiu que, entre aquilo que deveria ser o quadro médico e aquilo que realmente existe, faltam 40 médicos".
A situação será ainda "mais preocupante" considerando que a carência desses clínicos se faz sentir "de forma mais evidente nas Urgências, na Unidade de Cuidados Intensivos e na Unidade de Cuidados Intermédios, ou seja, naquelas unidades onde os doentes inspiram mais cuidados e onde os médicos estão sujeitos a maior pressão".
Por esse motivo, o BE realça que "a presidente da Federação Nacional dos Médicos diz que o circuito do doente crítico está comprometido" e provoca uma "situação gravíssima".
"Coloca em causa a vida de doentes urgentes e em estado crítico, que, por falta de médicos, podem ficar sem receber a ajuda e o tratamento de que necessitam", justifica.
Ainda de acordo com o comunicado do BE, nos Cuidados Intensivos deveriam estar ao serviço "sete médicos e estão apenas três", enquanto na Unidade de Cuidados Intermédios deveriam trabalhar "sete e estão apenas dois". No caso das Urgências, "existem internos a assegurar o serviço sem supervisão, o que é frontalmente contrário ao regulamento" do hospital.
O comunicado do partido alerta também para a carência de enfermeiros no mesmo hospital, recordando que ainda recentemente "a diretora da Unidade de Cuidados Intermédios apresentou a sua demissão numa carta muito crítica à administração do Centro Hospitalar e à falta de pessoal médico nas Urgências, Unidade de Cuidados Intermédios e Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes".
Segundo o BE, de todas essas carências resulta que "existem doentes a serem reencaminhados diariamente para o Hospital de Gaia porque o S. Sebastião não tem recursos humanos nem materiais para acudir a algumas situações, nomeadamente de cirurgia".
Contactada pela Lusa, a Administração do Hospital S. Sebastião ignorou o pedido de informação sobre o assunto.
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, questionou hojeo Ministério da Saúde sobre a "crónica falta de pessoal" do Hospital S. Sebastião e as suas "falhas evidentes na resposta aos doentes".
Por Lusa