Em comunicado, o Infarmed precisa que há 302 tratamentos com sofosbuvir ou suas combinações, e 331 tratamentos por via de ensaios clínicos (170) ou através de acesso sem custos para o Serviço Nacional de Saúde (161 casos).

O comunicado foi divulgado depois de uma reunião do Ministério da Saúde com os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), marcada na sequência do acordo de terça-feira entre o ministério e a farmacêutica Gillead para a comparticipação a 100 por cento dos medicamentos para a hepatite Sovaldi (sofosbuvir) e Harvoni (sofosbuvir e ledipasvir).

A reunião de hoje serviu para dar início ao dispositivo nacional para o tratamento imediato da hepatite C e dizer aos hospitais a estratégia para o tratamento da doença.

Segundo a nova estratégia as Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT) de cada hospital devem de pronunciar-se no prazo de cinco dias para decidir a utilização dos medicamentos, cabendo à Administração Central do Sistema de Saúde gerir o modelo de financiamento. Todo o processo será gerido através do Portal da hepatite C.

“Desta forma pretende-se promover uma maior celeridade aos pedidos de tratamento no mais curto espaço de tempo e com critérios claros, protocolados e monitorizados”, diz-se no comunicado, no qual se salienta a “mudança de paradigma” no tratamento da hepatite C.

A questão da hepatite C e dos medicamentos para a doença (um universo de cerca de 13.000 pessoas) foi recentemente polémica, depois de uma doente ter morrido enquanto esperava autorização para a toma de um novo fármaco e dos protestos de outro doente numa comissão parlamentar na qual estava o ministro da Saúde.

A farmacêutica Gillead chegou a pedir 48 mil euros para curar cada doente com hepatite C através de um medicamento inovador (sofosbuvir). O Ministério da Saúde negociou durante um largo período para conseguir preços mais baixos.