Em comunicado remetido pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), a Unidade de Saúde Pública do ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) de Gondomar afirma que "continuará a monitorizar a situação e empreenderá todas as medidas que se julgarem necessárias ao seu controlo".

Numa pergunta remetida terça-feira ao Ministério da Saúde, o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) pediu esclarecimentos sobre um "surto" que "deixou doentes a maioria das crianças e funcionários que frequentam" o JI Baixinho, localizado em Baguim do Monte, Gondomar, acrescentando que a "origem é, ainda, desconhecida".

Já em declarações à agência Lusa a presidente da Associação de Pais do estabelecimento escolar, Marta Pereira, apontou que o Agrupamento de Escolas "tomou mesmo a iniciativa de aconselhar os pais a deixarem por prevenção as crianças em casa" e referiu ter conhecimento que teria sido feita uma "limpeza", mas exigiu uma "desinfeção profunda".

Na nota de hoje, a ARS-Norte dá conta das diligências feitas quer pelo agrupamento de escolas a que pertence o JI Baixinho, quer pela médica de Saúde Pública de Gondomar, acrescentando que esta "aconselhou o arejamento do estabelecimento e reforço da higienização dos espaços e superfícies, bem como das medidas de higiene pessoal".

Ainda segundo a ARS-Norte, na última sexta-feira estiveram ausentes 37 dos 48 alunos que frequentam o JI "sendo que 24 apresentavam sintomatologia gastrointestinal", ou seja vómitos, diarreia e febre, ao que se somaram 11 "por precaução e iniciativa dos encarregados de educação".

"Para além disso, estiveram, também, ausentes três assistentes operacionais, das quais duas por queixas gastrointestinais. Um aluno recorreu ao serviço de urgência hospitalar e ficou internado. Hoje, estiveram presentes apenas dois alunos, na sequência do aconselhamento efetuado pelo agrupamento escolar. Nesta data a Autoridade de Saúde ainda não dispõe de informação sobre a causa deste absentismo", lê-se no comunicado.

Na pergunta remetida à tutela, o PEV apontava que, segundo "alguma informação superficial" do Centro Materno Infantil do Norte, face às análises à criança internada, "está excluída a hipótese do surto ser de origem vírica, suspeitando-se que a causa destes sintomas esteja na bactéria 'campylobater'".

"A 'campylobater' é a principal causa de gastroenterite aguda bacteriana em pediatria na União Europeia, transmitindo-se maioritariamente pela ingestão de carne mal cozinhada (principalmente aves), alimentos contaminados e água não tratada, apresentando um período de incubação de dois a cinco dias", lia-se no documento do PEV.

Mas hoje a ARS-Norte garantiu que a alimentação fornecida no JI de Baguim do Ponte foi confecionada num Centro Escolar que "fornece diversos estabelecimentos, nos quais não se verificou a ocorrência de casos com sintomatologia semelhante".

Esta escola do distrito do Porto que acolhe crianças dos 03 aos 06 anos é abastecida por água da rede pública.

Também hoje, em declarações à rádio Antena 1, o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, garantiu que a autarquia "já teve o cuidado de fazer análises à água não só naquele ponto como na envolvente e não há qualquer bactéria".