António Tavares, delegado de saúde regional de Lisboa e Vale do Tejo, disse à agência Lusa que as provas recolhidas desde sexta-feira apontam para uma origem na região de Vila Franca de Xira, razão de todos os infetados estarem ligados a esta zona.

Para o conhecimento do foco foi determinante “o estudo da direção dos ventos”, que as autoridades de saúde solicitaram logo no início da investigação.

Escusando-se a revelar a origem do surto, uma vez que a Direção Geral da Saúde (DGS) vai fazer uma atualização do caso por volta das 17:00, António Tavares adiantou que ainda hoje deverão ser conhecidos os resultados das análises às bactérias que estiveram em cultura.

Ainda assim, os elementos recolhidos em fábricas, espaços públicos, sistemas de distribuição e habitações, foram suficientes para uma primeira identificação do ADN da bactéria.

“O facto de estar lá o ADN não significa que as bactérias estejam vivas”, adiantou.

Desde sexta-feira que, paralelamente à recolha de amostras para análise, está a decorrer um inquérito epidemiológico que abrangeu “praticamente todos os 235 infetados”.

“Nestas situações, faz-se sempre um inquérito epidemiológico. São solicitados dados dos doentes - como a profissão, morada, locais onde passaram – com o objetivo de se estabelecer uma ligação entre estas e a origem de situações”, explicou António Tavares.

Com estes dados, as análises preliminares, e as definitivas que deverão hoje ser conhecidas, bem como o resultado das vistorias efetuadas, as autoridades de saúde acreditam ter “provas muito concretas sobre a fonte” da infeção.

Segundo António Tavares, até hoje foram feitas cerca de 100 análises, cujos resultados serão conhecidos a partir de hoje.

A bactéria legionella, que provoca pneumonias graves e pode ser mortal, foi detetada na sexta-feira no concelho de Vila Franca de Xira, tendo provocado a infeção em 235 pessoas e a morte de cinco.

Todos os casos, de acordo com a DGS, "têm ligação epidemiológica ao surto que decorre em Vila Franca de Xira".

A Doença do Legionário transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

No sábado, o Ministério da Saúde anunciou um plano de contingência para lidar com o surto e iniciou-se um inquérito epidemiológico.