“As autoridades de saúde local e regional estão atentas ao problema e desencadearão as medidas consideradas necessárias à gestão da situação, decorrentes da avaliação em curso”, afirma a ARS-N.

A declaração surge numa nota informativa de resposta a perguntas sobre “um eventual surto de tuberculose no bairro do Aleixo”, depois de a edição de domingo do Jornal de Notícias (JN) revelar que a doença está a “assustar os moradores” e que “já matou, pelo menos, uma pessoa do bairro”.

A ARS-N reconhece que em março de 2017 foi “notificado um caso de tuberculose num indivíduo que frequentava o Bairro do Aleixo”, facto que levou à realização de um rastreio naquele conjunto habitacional, tendo sido avaliadas 32 pessoas sem que tivesse sido identificado qualquer outro caso da doença.

“Em março de 2017, tendo sido notificado um caso de tuberculose num indivíduo que frequentava o Bairro do Aleixo, e face à avaliação efetuada na altura, a Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Porto Ocidental, em conjunto com parceiros comunitários, planeou e realizou um rastreio de tuberculose no referido bairro. Nesse rastreio foram avaliadas 32 pessoas, não tendo sido identificado nenhum caso adicional de doença”, descreve.

Cinco casos e uma morte

De acordo com a ARS-N, “desde essa data, foram notificados mais cinco casos de tuberculose em toxicodependentes residentes na área do ACeS Porto Ocidental, incluindo um óbito”.

Em relação a estes casos, está “a decorrer a necessária investigação epidemiológica acompanhada pela Autoridade de Saúde local”, acrescenta a ARS-N.

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Quanto à “abordagem do Bairro do Aleixo”, diz a ARS-N que “está a ser feita numa perspetiva de interdisciplinaridade e cooperação intersetorial, com envolvimento da autarquia e dos parceiros sociais que trabalham no terreno”.

“As autoridades de saúde local e regional estão atentas ao problema e desencadearão as medidas consideradas necessárias à gestão da situação, decorrentes da avaliação em curso”, conclui o comunicado.

A ARS-N destaca que “a toxicodependência está associada a um risco acrescido de doenças infecciosas, entre as quais a tuberculose, sendo que a magnitude desta associação depende do contexto social”.

“De uma forma global, na região de saúde do Norte, em cerca de 4% dos doentes com tuberculose há história de consumo de drogas por via endovenosa, proporção que atinge 9% no concelho do Porto”, assinala.

Segundo a ARS-N, “sempre que é notificado um caso de tuberculose, a Autoridade de Saúde local, na sequência do inquérito epidemiológico e da avaliação do risco, procede ao encaminhamento para rastreio dos contactos próximos do doente”.

De acordo com o JN, “os moradores do bairro do Aleixo”, onde foram demolidas duas das cinco torres durante o mandato do social-democrata Rui Rio, “estão assustados com o aumento de casos de tuberculose verificados naquela zona nos últimos meses”.

“Já com uma morte confirmada, os residentes têm insistido com a Domus Social [empresa municipal que gere o parque habitacional da Câmara do Porto] e com a Delegação de Saúde para tentar conter a doença, mas continuam sem respostas”, descreve a notícia do JN, referindo-se ainda ao “risco de uma grande contaminação por causa de uma subcave na torre 3”.