Estes dados, que se referem ao período entre 2012 e 2014, foram hoje revelados no âmbito da apresentação do relatório "Portugal -- Saúde Mental em Números 2015".

Estes dados recordam que no Serviço Nacional de Saúde (SNS) só existem camas específicas para crianças e adolescentes nos Departamentos de Saúde Mental da Infância e Adolescência (SMIA) do Centro Hospitalar (CH) Lisboa Central/Hospital Dona Estefânia (10) e no Centro Hospitalar do Porto.

Em cada uma destas instituições existem 10 camas para esta especialidade, estando prevista a abertura de mais dez camas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) ainda este ano.

Por ano, deram entrada em cada um dos serviços de urgências destas unidades de saúde 1.500 crianças e jovens.

No Hospital Dona Estefânia, o grupo etário de 16 e mais anos foi o maioritário, tendo dez por cento dos casos resultado em internamento.

Quanto aos motivos da ida às urgências, 25% deveram-se a perturbações de comportamento, 20% a comportamentos autoagressivos (como automutilações e tentativas de suicídio), 20% a perturbações do humor e 20% a perturbações de ansiedade.

Perturbações alimentares representam 4% das urgências

As perturbações psicóticas estiveram na origem de quatro por cento dos episódios de urgência e as perturbações alimentares de quatro por cento.

No Centro Hospitalar do Porto, registaram-se cerca de 1.500 episódios de urgência em 2014, sendo a anorexia nervosa a causa mais comum dos internamentos.

O documento refere que estas duas instituições registam "um acréscimo de tentativa de recurso mais imediata para internamento, quer por parte das famílias quer de instituições sociais especializadas".

Tal parece ser sinal de uma "menor tolerância para gerirem situações de intranquilidade dos adolescentes, sobretudo alterações de comportamento", acrescenta.