O Tribunal de Família da Austrália aprovou o pedido dos pais: a remoção cirúrgica dos testículos da criança que nasceu com genitália ambígua. Conhecida como "Carla", a criança identifica-se como menina desde pequena apesar de não possuir órgãos reprodutivos do sexo feminino.

Quando "Carla" completou cinco anos, os pais resolveram esclarecer na Justiça a necessidade de uma permissão oficial para a realização da cirurgia, considerada complexa e irreversível. Ao tribunal, os pais relataram que "Carla" nasceu com genitália de aparência ambígua, embora apresentasse comportamento "estereotipicamente de mulher".

Carla nunca quis ser tratada como um menino e demonstrou sempre preferência por "brinquedos, roupas e atividades femininas", escreve a BBC com base em documentos sobre a criança cuja identidade não foi revelada.

O processo é suportado ainda por documentos de pessoal médico especializado, informando que a cirurgia acabaria com o risco de Carla desenvolver tumores. A fertilidade da criança é, no entanto, uma questão em aberto.

O documento sustenta ainda que o procedimento deveria ser feito antes da puberdade para diminuir os riscos para a saúde na idade adulta.

O tribunal decidiu que os pais não precisavam de permissão para agendar a cirurgia e que podiam assim avançar com o procedimento tendo por base as recomendações médicas. "Considero que o tratamento médico proposto é necessário para cuidar adequada e proporcionalmente de um defeito corporal genético que, se não for tratado, representa riscos reais e substanciais à saúde física e emocional da criança", disse o juiz Colin Forrest no despacho com data de janeiro mas só agora tornado público.

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