A falta de rastreios em várias regiões do país tem consequências nos casos de cancro. A conclusão é do Registo Oncológico Nacional (RON), um estudo anual que é apresentado esta quarta-feira num encontro que reúne mais de 150 especialistas nacionais e internacionais da área.

De acordo com os últimos dados do RON, referentes a 2009, foram registados 44.605 novos casos de tumores malignos.

O cancro do estômago mantém a diminuição que tem vindo a ser registada na última década, embora na região norte ainda existam locais onde existe uma prevalência mais elevada do que o normal. Tal como nos anos anteriores, o cancro do cólon continua a merecer a preocupação dos especialistas, que acreditam que em breve poderá alcançar o cancro do pulmão nos homens, o segundo mais frequente, depois do da próstata.

Efeitos da má alimentação

Na mulher, o cancro da mama continua a ser o que mais doença e morte causa, seguindo-se o da glândula tiroideia. Também no sexo feminino o cancro do cólon aproxima-se a grande velocidade do segundo mais frequente. De acordo com Ana Miranda, diretora do RON-Sul, Ana Miranda, na região sul "o cancro do cólon tem vindo a subir nesta década", aumentando de 32 novos casos por 100 mil habitantes em 2000 para 42 novos casos em 2010.

“O cancro do cólon é uma preocupação porque está muito associado aos hábitos alimentares. Mudámos da dieta mediterrânica – com frutas e legumes - para uma dieta com alimentos processados, refinados, com mais açúcares, hidratos de carbono menos consumos de frutas e legumes”, disse.

Relativamente ao cancro do pulmão, o documento aponta para uma estabilidade.

Este relatório indica que, em 2009, dos 44.605 novos casos de tumor registados, 24.220 (54,3%) atingiram homens e 20.385 (45,7%) mulheres.

A taxa bruta de tumores malignos foi de 422,07 por 100 mil habitantes em 2009. Nesse ano, a taxa padronizada europeia era de 320,26 por 100 mil. A taxa padronizada mundial situava-se nos 232,77 por 100 mil habitantes.