“Os doentes renais crónicos, essencialmente os que estão a fazer hemodiálise, apresentam algumas limitações no que diz respeito à tolerância ao exercício físico, uma situação que pode ser consequência de uma anemia ou disfunção cardiovascular”, refere Fernanda Carvalho, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), acrescentando ainda que “é comum apresentarem uma capacidade funcional e aeróbia bastante inferior à de uma pessoa saudável”.

“Apesar desta condição, é importante que os doentes renais não abdiquem da atividade física. Uma caminhada de apenas trinta minutos por dia pode fazer a diferença e pode ser eficaz na diminuição das limitações a que estes doentes estão sujeitos. No entanto, é importante aconselharem-se com o médico para avaliar o melhor programa de exercícios, pois cada caso, estando dependente de diversos fatores, requer uma atenção especializada”, afirma.

Doença silenciosa

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica, considerando qualquer uma das suas cinco fases ou estádios de evolução. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, isto é, sem grandes sintomas, tendo como consequência uma tardia consulta médica num elevado número de doentes, podendo diminuir assim a possibilidade de uma total recuperação da função renal.

Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem atualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.