9 de setembro de 2014 - 15h22
Entre 15 a 18 mil portugueses tentam todos os anos o suicídio, segundo estimativas dos especialistas reveladas pela nova associação de apoio a “sobreviventes do suicídio”, a primeira em Portugal.
A EUTIMIA conta, por enquanto, com apenas 30 associados, estando no início do seu percurso, como contou à agência Lusa o psiquiatra Ricardo Gusmão, adiantando que a organização pretende dar “abrigo, voz e suporte clínico aos sobreviventes e pessoas em risco de suicídio”.
Para cada pessoa que morre por suicídio em Portugal, cerca de 15 outras cometem um ato autoagressivo suicidiário, refere o especialista, em vésperas do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que se assinala na quarta-feira.
Desta forma, por cada mil a 1.200 suicídios por ano em Portugal, cerca de 15 a 18 mil tentarão cometer suicídio.
Além de dar apoio e suporte clínico aos que sobrevivem, a organização não governamental EUTIMIA pretende servir também de suporte para os familiares dos que se mataram ou dos que tentaram fazê-lo.
“Os que morrem deixam entre 2.000 a 6.000 familiares traumatizados, em luto, vulnerabilizados para a doença mental. Precisam de grupos de autoajuda, assistência clínica e informação”, refere Ricardo Gusmão, psiquiatra e dirigente da organização.
Estes familiares e amigos próximos precisam essencialmente de “psicoeducação”: saber como reconhecer e agir perante situações de risco.
A EUTIMIA – nome que significa “humor normal” – mostra-se ainda preocupada com o aumento do suicídio e crescimento dos problemas de saúde mental nos países em vias de desenvolvimento, nomeadamente nos africanos e lusófonos.
De acordo com Ricardo Gusmão, a organização pretende realizar ações de cooperação e desenvolvimento nestes países na área da saúde mental.
Por Lusa