A Associação Portuguesa do Sono (APS) promove um encontro científico internacional sobre a temática dos "Avanços em Ventiloterapia nos Distúrbios Respiratórios do Sono", no dia 11 de março, sexta-feira. A iniciativa decorre durante todo o dia no Hotel Sana Malhoa, em Lisboa, e o programa completo está disponível aqui.

A sessão de abertura, às 9h00, conta com a presença de Joaquim Moita (Presidente da Associação Portuguesa de Sono), Fátima Teixeira (Coordenadora da Comissão de Trabalho de Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia), Guilhermina Reis (Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia Pediátrica) e Joaquin Teran (Presidente da Sociedade Espanhola de Sono).

A ventiloterapia é o tratamento chave das perturbações respiratórias próprias do sono, como é o caso do Síndrome de Apneia do Sono (SAS) do doente adulto, e de todas as outras que, manifestando-se principalmente durante o dia, se agravam durante o sono, tais como as doenças neuromusculares do Síndrome de Obesidade Hipoventilação ou da Doença Pulmonar Obstructiva Crónica.

Para já não existem dados portugueses atualizados, mas em 2017 será efetuado o grande estudo de prevalência do Síndrome de Apneia do Sono em Portugal, numa parceria da APS com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Por enquanto, pode-se com alguma segurança seguir os dados internacionais, nomeadamente os de Espanha, que dizem que a prevalência do SAS, no conjunto da população (crianças incluídas), é de 5%.

Os grandes números surgem após os 50 anos. O SAS atinge 20% dos homens (tendência que aumenta com a idade), cerca de 10% das mulheres (principalmente depois da menopausa) e aproximadamente 3% das crianças em idade escolar. A enorme prevalência, bem como as suas consequências, torna a doença um problema grave de saúde pública.

A ventiloterapia está indicada nas formas moderadas a graves de SAS. São as mais frequentes, e como tal, pode-se afirmar que 98% dos doentes adultos usam estes equipamentos. De acordo com estimativas oficiais, existem cerca de 100.000 doentes em tratamento, o que significa que há um grande caminho a percorrer para controlar a situação. A garande limitação prende-se com a falta de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde onde o diagnóstico é, tipicamente, feito.

Joaquim Moita, Coordenador do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC) considera que a Lufada “é uma reunião de referência nacional no tema e um pretexto para melhorar a excelente relação que a Associação Portuguesa do Sono tem com as sociedades portuguesas de pneumologia e de pneumologia pediátrica” e acrescenta que este evento “é também uma forma de aproximação com as sociedades internacionais dedicadas ao sono”.