O projeto foi apresentado no XI Congresso Internacional dos Médicos em Angola, que decorreu em Luanda entre terça e quarta-feira, conforme explicou hoje à Lusa o médico cardiologista Carlos Morais, presidente da associação "Bate Bate Coração".

"Começámos por sensibilizar as autoridades de saúde angolanas para fazer um rastreio à incidência destas arritmias. Ainda é o princípio, mas temos de começar por algum lado e percebemos uma grande abertura, nomeadamente da Ordem dos Médicos de Angola", explicou o clínico.

Em Portugal, segundo aquela associação, a perturbação do ritmo cardíaco mata cerca de 15 mil pessoas por ano.

"É evidente que sabemos que para Angola não é uma prioridade, mas o país vai ter de se preocupar com isto e nós já temos reuniões planificadas para vir a prestar apoio, vamos ver", disse ainda o médico Carlos Morais, sem adiantar prazos para a concretização do projeto.

O "atual contexto angolano", sublinhou, "caracteriza-se por grandes dificuldades no acesso a exames de rotina e à especialidade médica de cardiologia".

Arritmias cardíacas assintomáticas

Tendo em conta que as arritmias cardíacas "na maioria das vezes" não provocam sintomas, a associação afirma que "grande parte da população desconhece os riscos", sendo a falta de informação "um dos principais fatores que pode levar à morte inesperada, repentina e não acidental", conhecida como morte súbita.

"Queremos criar condições para informar e esclarecer a população angolana sobre as perturbações do ritmo cardíaco, melhorando a prevenção, o diagnóstico e o tratamento destas doenças", apontou, sobre o projeto a desenvolver pela associação no país.

A "Bate Bate Coração" é uma associação científica e técnica privada sem fins lucrativos que se dedica à promoção e sensibilização da população para as arritmias cardíacas e prevenção da morte súbita.