26 de novembro de 2013 - 10h36
A presidente da Associação No Meio do Nada admite que o projecto que vai acolher, em Matosinhos, crianças com necessidades especiais num centro de dia e numa unidade de cuidados continuados possa estar pronto no Verão de 2014.
Denominado Kastelo, o espaço situado em S. Mamede Infesta vai estar aberto 24 horas por dia com uma unidade de dia e outra de internamento, com capacidade para acolher "30 crianças", e precisa de um milhão de euros para obras de reabilitação da casa e adaptação do jardim doados ao Hospital Maria Pia (Porto) pela benemérita Marta Ortigão "há 35 anos" com o objectivo de apoiar crianças doentes, explicou Teresa Fraga, a enfermeira responsável.
Cedidas pelo Centro Hospitalar do Porto, as instalações vão ser recuperadas pela iniciativa 'Arredonda', levada a cabo por um hipermercado e que já recolheu 403 mil euros para o 'Kastelo', bem como pela Câmara de Matosinhos, que comparticipa os custos "até um terço" do orçamento total, mediante a "ginástica financeira" que for possível fazer no orçamento para 2014, revelou o presidente da autarquia, Guilherme Pinto.
Em declarações aos jornalistas no fim do lançamento da primeira pedra da futura unidade de cuidados paliativos e pediátricos, a presidente da Associação No Meio do Nada, Teresa Fraga, explicou que a "unidade de internamento" do projeto destinado a crianças e jovens dos zero aos 18 anos pode servir apenas "para descanso do cuidador".
"Tratar de uma criança 24 horas por dia, muitas vezes com outros filhos, é muito difícil", justifica a responsável. "Esta casa vai contribuir para isso. Os pais podem deixar as crianças durante um período para descansarem, podem deixar e vir buscar ao fim de semana, podem vir ao fim do dia. E estará aberta durante 24 horas por dia, portanto os pais podem vir à hora que quiserem, de acordo com os seus horários de trabalho", frisou.
Tendo como objetivo "melhorar a qualidade de vida de crianças com necessidades especiais", o projecto está a ser financiado pela campanha 'Arredonda 2013', que regressa em Dezembro, deixando Teresa Fraga com a esperança de que "os portugueses arredondem, nem que seja dez cêntimos" para ser possível concluir o projecto.
As verbas ainda não estão garantidas, mas a enfermeira que lutou por dar corpo a este projecto, diz que a obra tem que estar pronta em 2014."Gostaríamos que fosse a 31 de julho porque era aniversário de Marta Ortigão", explicou.
Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, disse aos jornalistas estar "comprometido" com a Associação para "tentar apoiar a edificação", com a "perspetiva de comparticipar até um terço" dos custos. "Vai ser um grande sacrifício, porque a autarquia tem vindo a ver baixar as receitas, mas vamos ter de conseguir porque estes projectos têm que ser vistos a outra luz. Temos que encontrar a forma para poder contribuir", observou.
Guilherme Pinto reconheceu que vai ser necessário fazer "a ginástica financeira" na elaboração do orçamento municipal para o próximo ano. "Neste momento temos muita pressão em termos de prestações sociais e, por todo o lado, estão a desaparecer apoios e está a aumentar o número de necessidades a todos os níveis", explicou. "É um crescendo de carências e diminuição forte de receitas. Não é a quadratura do círculo, mas quase", lamentou.
Lusa