9 de setembro de 2013 - 09h54
Investigadores da European Respiratory Society constataram que a incidência do cancro de pulmão e da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) - patologia que destrói os alvéolos pulmonares, incapacitando parcialmente o órgão - deve continuar a crescer nos próximos 20 anos por causa do consumo de tabaco e fumo entre os europeus.
Apesar de ser considerado um problema grave, o estudo apontou que a prevenção, o tratamento e o fomento à investigação não são a prioridade nos países europeus.
A investigação, publicada no European Lung White Book e feita a partir de dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do European Centre for Disease and Control, analisou as tendências da evolução das doenças pulmonares na Europa.
O estudo demonstra que fumadores representam "o desafio da saúde mais importante" e mantém o fumo como o hábito que causa o maior número de mortes por cancro de pulmão, DPOC e insuficiência cardíaca na Europa.
Ainda que o número de fumadores tenha diminuído significativamente em países como a Dinamarca e o Reino Unido desde os anos 70, o estudo mostra que os efeitos a longo prazo daqueles que mantiveram o hábito continuam a gerar um alto índice de mortes por cancro de pulmão e DPOC.
Com isso, a proporção no número de mortes causado por condições pulmonares deverá permanecer estável pelos próximos 20 anos, ainda que haja uma previsão de queda no índice de infeções do pulmão, conclui o estudo.
Campanhas de prevenção diminuem consumo
Os resultados da investigação concluíram que o investimento em prevenção, tratamento e pesquisa de doenças ligadas ao pulmão deve tornar-se uma prioridade.
"Tanto o tratamento como a prevenção de doenças pulmonares devem melhorar se quisermos reduzir o impacto na longevidade, qualidade de vida e economia dos países Europeus e em todo o mundo", comentou Francesco Blasi, presidente da European Respiratory Society, cita a BBC.
"Doenças como o cancro de pulmão e a DPOC matam milhares de pessoas todos os anos, mas existem ainda outros 40 tipos diferentes de doenças pulmonares. Índices de mortalidade por fibrose pulmonar idiopática - doença em que os alvéolos se transformam num tecido rígido chamado fibrose e param de funcionar - e mesotelioma - cancro considerado raro, que ataca, entre outros órgãos, a pleura, membrana que envolve o pulmão - têm crescido progressivamente nas últimas décadas", acrescenta Richard Hunnard, da British Lung Foundation.
SAPO Saúde