"Por proposta da ARS/Algarve, vai ser exposta à consideração do sr. ministro a possibilidade de separação dos dois hospitais [Faro e Portimão]", disse João Moura Reis, adiantando que a entidade a que preside está já a concluir um estudo nesse sentido.

Segundo aquele responsável, a criação do CHA, em 2013, pelo anterior Governo, "foi um erro" e a metodologia utilizada "não funcionou", o que conduziu à "inoperacionalidade de gestão" dos dois hospitais.

"Foi uma forma precipitada de união, sem haver bases, e ao mesmo tempo, de uma cultura única, quando a individualidade aqui é muito presente", referiu, sublinhando que os dois hospitais têm características distintas e servem populações diferentes.

De acordo com João Moura Reis, a proposta, que deverá ser apresentada à tutela "em breve", já tem vindo a ser debatida com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que se prevê que tome uma posição até ao final do ano. Ao que a Lusa apurou, o estudo aponta para a continuidade do modelo conjunto dos hospitais de Lagos e de Portimão e a cisão entre estes e o Hospital de Faro.

O Centro Hospitalar do Algarve (CHA) entrou formalmente em funcionamento a 01 julho de 2013, ficando com a competência de gestão dos hospitais públicos do Algarve, na sequência da extinção do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do Hospital de Faro.

Aprovada em Conselho de Ministros em abril desse ano, a criação do CHA foi justificada, na altura, pela ARS/Algarve, como um "instrumento para otimizar a gestão das unidades de saúde e permitir uma resposta aos crónicos constrangimentos de recursos humanos".

A criação do CHA foi contestada e classificada pela maioria dos autarcas da região como uma “medida economicista", que temiam que a fusão dos hospitais representasse uma diminuição ou mesmo o encerramento de serviços clínicos.

Em fevereiro deste ano, o ministério da Saúde já tinha anunciado que estava em curso um estudo sobre a reorganização do Serviço Nacional de Saúde no Algarve.