“No sentido de tranquilizar utentes e profissionais, vai ser levada a efeito a monitorização da qualidade do ar, ao nível dos gabinetes médicos, de enfermagem, de tratamentos e nas salas de espera, por técnicos do ambiente do Departamento de Saúde Pública da ARS”, disse à agência Lusa uma fonte deste organismo.

No mesmo dia, segundo o Gabinete de Relações Públicas e Comunicação da ARS do Centro, “será desenvolvida, por médicos da área da medicina do trabalho do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES PIN), uma ação de vigilância em saúde junto de profissionais” do CSL, que reúne as unidades de saúde familiar (USF) Serra da Lousã e Trevim Sol.

Na madrugada de terça-feira, um fogo deflagrou no sistema de alimentação ininterrupta (UPS, sigla em inglês de ‘uninterruptible power supply’) do servidor informático do edifício, o que obrigou ao encerramento do edifício.

Este reabriu parcialmente, na quinta-feira, com a USF Serra da Lousã a retomar o atendimento de situações agudas e consultas programadas, enquanto a Trevim Sol assegura também alguns cuidados de saúde, mas no seu polo de Serpins, a cerca de 10 quilómetros da sede do concelho.

O presidente da ARS do Centro, José Tereso, visitou hoje o Centro de Saúde, na companhia de uma técnica de ambiente do organismo, Isabel Lança, do médico de saúde ocupacional João Crisóstomo e do diretor executivo do ACES PIN, Avelino Pedroso.

Na quinta-feira, a coordenadora da USF Trevim Sol, Marília Pereira, informou a ARS que o atendimento em Serpins vai manter-se “até que estejam reunidas as condições mínimas de segurança, física e ambiental, no polo desta USF localizado no Centro de Saúde da Lousã”.

Num ofício enviado também ao ACES PIN e à Câmara da Lousã, a que a Lusa teve acesso, a equipa de Marília Pereira solicitou à ARS a realização de “medições ambientais dos gases e produtos tóxicos, bem como a uma avaliação prévia do estado de saúde de todos os técnicos desta unidade”.

Dos 19 profissionais da Trevim Sol, “oito apresentam patologias respiratórias e algumas são muito graves”, disse hoje aquela médica.

Esta USF entende que as instalações da Lousã “ainda não reúnem as condições de excelência, como forma de prevenção no futuro de patologias que possam vir a ocorrer” entre utentes e profissionais, tendo pedido à ARS celeridade nas avaliações solicitadas, fixando um prazo até dia 31. “A população tem de ser esclarecida. A saúde e o bem-estar dos utentes devem estar acima de tudo”, defendeu por sua vez Joana Seco, da Comissão de Utentes da USF Trevim Sol.

Para já, na sua opinião, “não há condições” para esta unidade retomar o seu funcionamento na Lousã, no rés-do-chão do Centro de Saúde, onde deflagrou o incêndio.