A presidente do conselho de administração da Saudaçor – Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos de Saúde dos Açores, Luísa Melo Alves, disse à agência Lusa que tem havido “algumas queixas” sobre o funcionamento da aplicação +SRS, disponível há quatro meses, reconhecendo existirem “questões técnicas ainda por afinar com o fornecedor da aplicação, que estão em resolução”.

Segundo a Saudaçor, “ainda existe alguma dificuldade por parte de alguns utentes em sincronizar o aplicativo”, sendo que “os problemas estão a ser identificados com o fornecedor de ‘software’ com vista à sua resolução”.

Dados desta entidade indicam que houve 454 utilizadores que descarregaram a “app”, sendo que “70 já fizeram o sincronismo com a aplicação, 54 têm tomas de medicamentos agendadas e dez já tiveram trocas de mensagens com os seus profissionais de saúde”.

Luísa Melo Alves admitiu que o número de pessoas que descarregaram a aplicação é diminuto, embora reconheça que esta aplicação, que designou de pioneira, seja para um público-alvo “mais sensível e mais vocacionado para as novas tecnologias”.

“Prevê-se que quando os problemas técnicos estiverem ultrapassados haja uma maior divulgação junto da população”, acrescentou a responsável da Saudaçor.

Aplicação disponível desde agosto

Desde 04 de agosto que os utentes do SRS podem descarregar a aplicação gratuita +SRS que permite o acesso a informação clínica, como a terapêutica que fazem, as suas patologias e alergias, os resultados das suas análises e as suas biometrias, o que facilita a transmissão de dados numa situação de atendimento por um médico que não esteja a par do seu histórico clínico.

Por outro lado, a ferramenta alerta o utente para o horário de toma dos medicamentos e para a data das consultas agendadas, podendo o médico confirmar se o utente está a fazer a medicação de forma correta, se ele atualizar esses dados no telemóvel. A aplicação possibilita, ainda, que o utente entre em contacto com o médico de família, através de uma mensagem escrita.

A curto prazo, a aplicação terá novas funcionalidades, como o agendamento de consultas, o pagamento de taxas moderadoras, o pedido de reembolsos, a monitorização dos sinais vitais, a introdução de dados pelo utente e a renovação do receituário.

A presidente do conselho de administração da Saudaçor adiantou que o desenvolvimento destas funcionalidades “está em curso”, sendo previsível a sua disponibilização após a resolução das questões técnicas.

Por uma questão de segurança, depois de se registarem na aplicação, os utentes têm de se deslocar aos centros de saúde para ser feito um reconhecimento presencial, antes de terem acesso aos dados clínicos.

Luísa Melo Alves reconheceu que a deslocação à unidade de saúde pode desmotivar os utentes a utilizarem a aplicação, mas sustenta que “é fundamental para garantir a segurança e confidencialidade”.