Cornelius Dupree Jr, de 51 anos, confessou o seu alívio e satisfação por ver o seu nome ilibado, ao fim de três décadas de detenção. “Tenho de admitir que também sinto um pouco de raiva, mas a felicidade que sinto é bem maior. Estou simplesmente assoberbado com esta alegria de estar livre”, disse à CNN à saída do tribunal.

Dupree foi acusado de ter ameaçado uma mulher de 26 anos e um homem com uma arma, obrigando-os a entrar para um carro e roubando-os. Estava também acusado de, juntamente com o seu cúmplice Anthony Massingill, ter violado a mulher – que o tinha identificado numa fotografia, apesar do seu acompanhante não ter sido capaz, inicialmente, de assegurar que ele era o homem que os atacara.

No julgamento, as duas vítimas afirmaram que Dupree e Massingill eram os atacantes: apesar de reclamar a sua inocência, Dupree foi condenado a uma pena de 75 anos de cadeia. Ao longo de décadas, Cornelius Dupree lutou contra o sistema para provar a sua inocência. Por três vezes, o Tribunal Criminal de Recursos do Texas recusou avaliar o seu caso. Mas o “The Innocence Project” pegou no seu processo, e conseguiu que as provas apresentadas em tribunal fossem reavaliadas.

“Cornelius Dupree passou 30 anos da sua vida atrás das grades por causa de um erro no processo de identificação. A sua pena teria sido evitada se as melhores práticas tivessem sido utilizadas”, comentou o director do “The Innocence Project”, Barry Scheck. O procurador-geral do condado de Dallas não se opôs à libertação de Dupree, admitindo que os exames de ADN demonstravam que o prisioneiro não cometera o crime por que tinha sido acusado e condenado.

Desde 2001, o estado do Texas já libertou 41 prisioneiros cuja inocência foi comprovada depois da realização de testes de ADN, 21 dos quais no condado de Dallas.

05 de Janeiro de 2011

Fonte: Público