Registada inicialmente em Luanda em dezembro do ano passado, a doença já se espalhou a seis das 18 províncias angolanas, tornando-se a primeira epidemia de febre-amarela no país em 30 anos, acrescentou a organização num comunicado hoje divulgado, no qual alerta para a falta de vacinas.

A OMS informa que até hoje foram vacinadas 5,7 milhões de pessoas em Luanda contra a febre-amarela, mas acrescenta que atualmente há uma escassez global de vacinas, com "a reserva de emergência completamente esgotada".

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Mais 1,5 milhões de doses são necessárias para vacinar a população de risco apenas na província de Luanda, alerta a OMS.

Com a doença a espalhar-se para outras províncias em Angola e o aumento do número de casos importados em outros países de África, a OMS pede que seja dada prioridade à vacinação das pessoas em maior risco.

A organização diz estar em discussões com a indústria e outros parceiros para desviar carregamentos de vacinas destinados a programas de vacinação de rotina até que a reserva de emergência seja reabastecida.

Maioria dos casos em Luanda

"Estes surtos normalmente acontecem em florestas tropicais. Com a maioria dos casos registados na capital, Luanda, a situação é mais perigosa e difícil de conter, porque a doença pode transmitir-se facilmente de uma pessoa para outra", alertou Sergio Yactayo, especialista em doenças epidémicas da OMS, citado no comunicado.

A febre-amarela é transmitida por mosquitos infetados, nomeadamente pelo 'Aedes aegypti', o mesmo que transmite o virus Zika e o Dengue.

Provoca sintomas como febre, dores de cabeça, dores musculares, náuseas, vómitos e cansaço e uma pequena percentagem das pessoas infetadas experiencia uma fase mais severa da doença, com febres altas, icterícia e hemorragias internas.

Pelo menos metade das pessoas gravemente doentes que não recebem tratamento acaba por morrer.

Angola é um dos 34 países africanos onde a febre-amarela existe e é recomendada a vacinação.

Desde o início deste surto em Angola foram identificados casos importados de febre-amarela em países como a China, a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Quénia, diz a OMS

A Namíbia e a Zâmbia estão em alerta para identificar eventuais casos importados.