O dado foi hoje avançado pelas autoridades sanitárias de Angola num encontro com a imprensa, para anunciar a realização de mais uma campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, entre 14 e 16 deste mês, para imunizar perto de cinco milhões de crianças menores de cinco anos.

Angola lançou o Programa de Erradicação da Pólio em 1997, mas dois anos mais tarde registou a maior epidemia da doença, com 1.119 casos.

Segundo a chefe de Secção Nacional de Imunização da direção Nacional de Saúde Pública, Alda Morais, em 2001 foi registado o último caso de pólio autóctone em Saurimo, província angolana da Lunda Sul, mas quatro anos depois voltou a ser registada a doença por importação do vírus.

Alda Morais frisou que em 2011 iniciou-se um plano de emergência par interromper a transmissão da poliomielite, tendo os últimos cinco casos da doença sido registados nesse ano, nas províncias do Uíge e do Cuando Cubango.

A responsável referiu que Angola vai submeter à Comissão Regional Africana de Certificação, em novembro, documentação para permitir receber o certificado de erradicação da poliomielite.

"Uma vez analisada todas as atividades implementadas, de acordo com o padrão internacional, daí é declarado ou confirmado que o país já está livre da pólio. Quer dizer que Angola foi escolhida para fazer a apresentação dessa documentação em novembro deste ano e vamos esperar os resultados dessa avaliação", sublinhou.

Caso Angola receba a certificação, o país tem ainda como estratégias garantir a sustentabilidade do processo de vigilância e imunização, bem como dos meios apropriados para combater a entrada de novos casos no país.

"Vão continuar as campanhas de vacinação, porque quando se fala de erradicação fala-se de regiões e a região africana nem toda ela está ainda livre da pólio, temos exemplos dos Camarões, que viveu uma epidemia da pólio, há um ano, também a Guiné Equatorial, que ainda não estão em condições de apresentar a documentação", frisou.

Este mês, a campanha nacional de vacinação prevê atingir 5.013.210 crianças, utilizando a estratégia porta a porta e postos fixos, num esforço que deverá envolver 48.013 pessoas, entre vacinadores, mobilizadores, supervisores e coordenadores de áreas.

A próxima campanha está prevista para o mês de outubro.